Mercado Financeiro

Como Investir Em Ações Nos Estados Unidos?

23min de leitura

Lucas Guimarães

Lucas Guimarães

Analista Chefe, Co-fundador da Varos

Investindo Em Ações Nos Estados

Sim, é possível investir nos EUA com pouco dinheiro. Sendo bem direto, você pode fazer isso hoje mesmo a partir de $1 dólar e sem ter que abrir conta lá fora. Parece interessante, né?

Então, vamos direto ao que interessa. Vou te explicar como você pode começar a fazer isso hoje mesmo.

Por que Investir nos EUA?

Se você investe em ações no Brasil, já deve ter pensado na possibilidade de investir nos Estados Unidos.

Um dos pontos que chama bastante atenção é o fato de poder ser sócio de grandes empresas de tecnologia como Google, Apple e Facebook e algumas das empresas mais valiosas do mundo.

A Alphabet (holding do Google), por exemplo, vale US$1,64 trilhão. Isso é mais do que todas as empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira (cerca de R$5,15 trilhões ou US$0,8 trilhão).

Apesar da grande maioria pensar nessas empresas quando falamos de investir nos EUA, o mercado americano é gigante.

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Obs: Esse é apenas o tamanho das 500 maiores empresas dos EUA somadas. Ao todo, nos Estados Unidos existem mais de 5.000 empresas listadas em Bolsa de Valores, enquanto no Brasil temos por volta de 400 empresas.

Isso traz oportunidades para você como investidor, em vários aspectos.

Vantagens de investir nos Estados Unidos

Ninguém sabe quando vai acontecer a próxima crise.

Muitos tentam prever, mas qualquer acerto é mais obra do acaso do que mérito de quem acertou.

Por exemplo:

Anos atrás, um grande gestor americano ficou famoso por prever crises.

John Hussman. Ex-professor de Economia da Universidade de Michigan.

Ele previu a crise da Internet em 98 e a crise de 2008.

Deu entrevista para a revista Fortune e para a revista Kiplinger's (famosa entre americanos) por causa disso.

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Depois disso, John ficou famoso por outro motivo…

Prever crises demais.

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Então, sem essa de tentar prever crises. Você não tem bola de cristal. O que você precisa é estar preparado para quando ela chegar.

Para isso, existe uma coisa chamada diversificação.

A diversificação faz com que você diminua o risco dos seus investimentos e, com isso, preserve o seu dinheiro.

Por exemplo:

Vamos considerar 3 casos em que você tem 2 opções de investimento: A e B.

A possui um risco de 20% e B possui um risco de 5%. Eles são completamente opostos, tendo uma correlação de -1. Isso significa que quando um sobe o outro cai.

Caso 1 - 100% em A ou 100% em B

Nesses casos, o risco dos seus investimentos é exatamente o risco do ativo uma vez que você só tem ele.

100% em A → risco de 20%

100% em B → risco de 5%

Caso 2 - 50% em A e 50% em B

Por outro lado quando você diversifica e divide seu dinheiro entre A e B, o seu risco diminui.

De forma intuitiva, você pode pensar que o risco da sua carteira seria a média ponderada de cada um deles, ou seja, 13%.

Isso não é verdade. Nesse caso, quando você diversifica, o seu risco vai para 8%.

Quase 40% menor do que os 13% "esperado".

Por isso, dividir seus investimentos entre A e B faz com que o seu risco diminua e, consequentemente, o seu patrimônio fique mais protegido.

Na prática não existem só 2 opções de investimento, mas milhares. Também não adianta sair comprando um pouco de cada coisa pensando em "diversificar ao máximo".

Basicamente, você deveria diversificar seus investimentos de 3 formas (e investir lá fora permite todas elas):

  • Diversificação em classes de ativos diferentes (renda-fixa, ações, imóveis, commodities, metais)
  • Diversificação em setores diferentes (tecnologia, infraestrutura, energia, etc.)
  • Diversificação em moedas diferentes (principalmente em uma moeda mais estável como o dólar, também chamado de moeda forte)

Dessa forma, a chance de você quebrar em uma crise fica muito reduzida.

Vamos entender cada 1 delas de forma resumida:

Diversificação em classes de ativos

Até hoje, acredita-se que a Economia é feita de fases, que começam e terminam formando um ciclo.

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Dentro desse "grande ciclo", existe também o ciclo de cada tipo de investimento: renda-fixa, ações, commodities, etc.

Eles não são sincronizados, então é possível que quando um esteja em baixa outro esteja em alta. Isso faz com que a diversificação te ajude a reduzir perdas, como mostramos no exemplo anterior.

Por isso, é importante que você divida o destino dos seus investimentos em classes.

Diversificação em empresas e setores diferentes

Vamos supor que, no exemplo anterior, o investimento A seja uma renda-fixa e B a ação de uma empresa.

Tudo está indo muito bem com ela, até que surge a notícia de um novo vírus e a empresa é obrigada a fechar as suas portas por três meses. Como ela não estava preparada para isso, ficou sem dinheiro para tocar seus negócios, pagar suas dívidas e acabou falindo de vez.

Como consequência o preço das ações de B saíram de R$20 para R$0,01.

Assim, mesmo diversificando entre renda-fixa e renda variável você acabou perdendo praticamente 50% do seu patrimônio.

Se você tem pouco dinheiro talvez não te afete tanto agora, mas em alguns casos pode gerar perdas irreparáveis.

Além disso, no futuro a intenção é que você tenha mais dinheiro e se não aprender isso agora, vai se arrepender.

Por isso, além da diversificação em classes, você não pode ter ações de apenas 1 empresa.

No exemplo que eu criei não apenas 1, mas o setor inteiro poderia ser afetado com essa "crise" (umas mais outras menos) e várias ações dele sofreriam.

Essa é a importância de ter ações de setores diferentes. Alguns exemplos de setores são: bancos, infraestrutura, alimentos e tecnologia.

Hoje no Brasil, temos pouco menos de 400 empresas listadas na Bolsa de Valores.

Em um primeiro momento isso parece bastante. Mas se você for separar as empresas por setor, a percepção já muda bastante.

Por exemplo, hoje temos no Brasil cerca de 15 bancos com ações em negociação na B3. Nos Estados Unidos, esse número ultrapassa os 300.

Quando falamos do setor de tecnologia, a coisa fica mais feia ainda. Temos apenas 6 empresas na nossa Bolsa, enquanto os americanos tem mais de 100.

Somado a isso, temos dois problemas. Devido ao tamanho do nosso mercado de capitais, muitas empresas não tem liquidez, ou seja, são pouco negociadas, dificultando a compra e venda de ações.

Não adianta diversificar comprando empresas ruins. Você precisa escolher boas empresas e pagar um preço justo por elas (aprenda o que é preço justo e por que isso importa).

Isso torna a vida do investidor brasileiro bem mais difícil. Por isso, a opção de investir nos EUA é tão interessante: a oferta de empresas é muito maior.

Com isso a diversificação em setores fica muito mais eficiente.

Diversificação em dólar

Quando comparamos o real e o dólar vemos que nossa moeda varia muito de acordo com os acontecimentos (leia-se crises) do nosso país.

Em menos de 25 anos o real já chegou a valer até mais do que o dólar e hoje vale bem menos (por volta de 5 reais).

Isso significa que ela é bastante instável, dependendo dos acontecimentos relacionados à política e à economia do Brasil.

"E eu com isso?"

Não pense que isso não é um problema pra você, já que você não compra ou vende dólar e usa o Real para tudo.

O Brasil não é um país fechado. Ele exporta e importa produtos de vários países. E no mercado internacional, qual é a moeda mais usada para fazer essas negociações?

Exatamente, o dólar.

Isso significa que a roupa que você compra na Renner (que compra material da China) é afetada pelo dólar e o celular que você usa também.

E não são só itens "supérfluos".

Trigo, milho e carne também são importados.

Então, qualquer variação entre dólar e real afeta a sua vida.

Ora, se seus gastos são influenciados pelo dólar porque manter a sua receita e seus investimentos apenas em Real?

Investir nos EUA faz com que você se proteja da variação do câmbio. Então, se o dólar subir não apenas suas despesas, mas seus rendimentos também sobem junto.

Isso faz com que você fique despreocupado com o preço do dólar e não deixe o seu dinheiro perder valor.

Além disso, o dólar é uma moeda mais estável porque a Economia dos Estados Unidos é muito mais forte do que a nossa, o que é chamado de "moeda forte".

Então, se acontecer uma crise profunda no Brasil, assim como aconteceu na Argentina e fez o peso quase virar pó, seu dinheiro em dólar estará protegido.

Eliminar o risco país

Quando você investe em dólar você está libertando parte do seu capital das coisas que acontecem aqui no Brasil.

Ou seja, independente de impeachment, crise econômica ou qualquer outra coisa, o dinheiro que está lá fora está protegido.

Agora ele não "sofre" mais com o risco de acontecer algo ruim no Brasil. O risco dele é o de acontecer algo de errado lá nos EUA, que - vamos combinar - é bem menor do que no Brasil.

Isso não é mero achismo ou ideologia. O risco-país é um indicador calculado.

Para países emergentes (como o Brasil) o índice é o EMBI+.

Você já deve ter ouvido que quanto maior o retorno maior o risco.

É baseado nesse conceito que o EMBI+ funciona.

Ele mede a diferença entre o retorno dos títulos de dívida de um país e o retorno dos títulos de dívida dos EUA.

Ou seja, se o retorno do Tesouro brasileiro é maior do que o dos EUA, o Brasil é um país mais arriscado.

Como somos brasileiros e estamos acostumados ao que acontece por aqui, deixamos passar algumas coisas pensando: "isso é normal no Brasil".

Mas para quem vê de fora isso não é normal.

Por exemplo, você colocaria todo o seu dinheiro em investimentos na Venezuela?

Tenho certeza que não.

Com as devidas proporções, é isso que o americano pensa sobre o Brasil: "não vou colocar todo meu dinheiro lá".

É por isso que quando acontece alguma coisa ruim na economia do nosso país, o primeiro a fugir daqui é o investidor estrangeiro.

Hoje, com inúmeras oportunidades de investimentos ao redor do mundo não existe lógica em você se limitar a investir em um único país.

Parte dos seus gastos estão em dólar. Partes dos seus investimentos também deveriam estar.

Como Investir no Exterior

Você pode investir no exterior de várias formas, independente do seu perfil ou tamanho do patrimônio.

Existem opções tanto de renda-fixa quanto de renda variável.

Agora veremos por onde você pode fazer isso.

Fundo de Investimento no Exterior

Podemos considerar que a opção mais simples de todas para investir no exterior é por meio de fundos.

Existem fundos de investimentos no Brasil que aplicam o seu dinheiro em investimentos fora do país.

Eles são chamados de Fundo de Investimento no Exterior e investem pelo menos 40% do seu patrimônio fora do Brasil.

Podem ser de renda-fixa ou renda variável e não necessariamente investem nos EUA, apesar da maioria seguir essa política.

Além disso, os fundos multimercado (que podem investir o patrimônio em várias classes de ativos diferentes - como câmbio, ouro, renda-fixa, renda variável, etc.) também pode investir em ativos fora do país.

Se você optar por isso, você não vai precisar enviar o seu dinheiro lá para fora. Só precisa encontrar algum fundo que te agrade disponível em alguma corretora ou banco.

A desvantagem é que você não escolhe exatamente em que investir lá fora. Esse é o papel do gestor do fundo.

Comprar BDRs

Uma outra opção para investir no exterior é por meio de BDRs. BDR é a sigla para Brazilian Depositary Receipts, que são recibos de investimento em empresas estrangeiras.

Na prática, um BDR é um contrato onde um intermediário (normalmente um banco gringo) comprou as ações da empresa no seu país de origem e vendeu a você o direito de tê-las.

As ações ficam guardadas como lastro lá na gringa para provar que elas realmente existem e para garantir que são suas (o intermediário só pode vendê-las para uma pessoa).

Desse jeito, você também não precisa enviar dinheiro nem abrir conta no exterior.

Como você deve ter pensado, nem todas as ações disponíveis no mercado americano, por exemplo, tem BDRs.

Isso depende da vontade da própria empresa ou de algum intermediário querer que elas sejam negociadas aqui.

Além disso, existe outro empecilho.

As BDRs só podem ser compradas por investidores qualificados (a grande maioria delas).

Investidor qualificado é um termo técnico que significa que:

  • a pessoa tem mais de R$1 milhão de patrimônio investido no mercado financeiro; OU
  • ela é um profissional do mercado e tem alguma certificação (analista ou gestor, por exemplo).

Uma solução pra isso é investir em fundos que compram BDRs. Porém, caímos na mesma desvantagem da opção anterior.

Abrir conta bancária no Exterior

Uma terceira opção é abrir uma conta bancária e/ou em uma corretora lá fora.

Nesse caso, você vai ter que enviar dinheiro pra lá e isso traz burocracias e obrigações maiores.

A vantagem é que tendo conta lá você vai poder acessar todo o mercado e terá todas as opções de investimento ao seu alcance.

Mas existe ainda uma forma mais fácil e simples do que essa e que te dá maior autonomia do que as anteriores.

Apesar disso, caso você ainda sim queira abrir uma conta lá fora, pode consultar esse passo a passo (em 8 partes) do site Investidor Internacional.

Investir em corretoras voltadas para Brasileiros

Essa é a forma que consideramos mais fácil para investidores brasileiros. Por vários motivos.

Não precisa enviar recursos para o exterior

Você abre a sua conta assim como faz em uma corretora brasileira. Em no máximo 2 dias o seu cadastro é aprovado. Às vezes, ele é aprovado até no mesmo dia.

Para transferir o dinheiro para essas corretoras, basta uma simples transferência. O dinheiro já fica disponível no mesmo dia e está pronto para investir.

Isso elimina toda aquela burocracia de ficar enviando dinheiro lá pra fora e é totalmente legal.

Suporte 100% em português

Se você ainda não fala inglês, não precisa se preocupar. Eles tem suporte 100% em português para tirar todas as suas dúvidas.

Vamos combinar. Mesmo que você fale inglês, é muito mais confortável e fácil conversar com alguém na sua língua nativa do que em uma língua estrangeira, por mais fluente que você seja.

Para isso, sugerimos a Avenue

Acreditamos que essa é uma grande oportunidade para investidores brasileiros diversificarem seus investimentos nos EUA.

Além disso, eles oferecem as melhores condições do mercado atualmente, principalmente para quem ainda investe pouco dinheiro.

Vantagens da Avenue

3 operações com corretagem gratuita por mês.

Você já deve ter visto algum influenciador divulgando corretoras americanas para brasileiros. Isso já acontece há anos. E não é por maldade. Investir nos EUA é sim uma estratégia inteligente de investimento.

Mas uma coisa pesa bastante pro investidor. O custo das corretagens. Ainda mais se esse custo for em dólar.

Para facilitar a vida dos brasileiros, a Avenue disponibiliza 3 operações gratuitas mensalmente para você pode realizar seus investimentos.

Ações fracionadas

No Brasil, você deve estar acostumado com o lote padrão e o lote fracionário.

Lá nos EUA, isso não existe.

A grande questão é que até para comprar apenas 1 ação, talvez você tenha que ter bastante dinheiro.

Por exemplo, para comprar 1 ação da Amazon (AMZN) você precisa de cerca de US$1.900 dólares hoje. Isso dá mais ou menos R$9.500. Por apenas 1 ação.

Pra solucionar isso, a Avenue permite que você negocie ações fracionadas, com no mínimo US$0,01.

Isso vale tanto para ações como para ETFs, eliminando o problema de ter que juntar muita grana para investir lá nos Estados Unidos.

Bem mais acessível que o mercado brasileiro.

Suporte 100% em português

Como já falei, a Avenue, assim como outras corretoras voltadas para brasileiros, oferece suporte 100% em português.

Dessa forma, você se sente em casa e pode tirar todas as suas dúvidas sem ter que se preocupar com o vocabulário.

Além de investir em ações, abrindo conta lá você também pode investir em outras classes de ativos como renda-fixa, REITs, ETFs e metais preciosos, como ouro e prata.

Bons investimentos!

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