Economia

Entendo tudo sobre o DREX: a nova moeda digital brasileira

4min de leitura

Saulo Pereira

Saulo Pereira

Redator

Introdução

Hoje quase toda vez que vamos transferir dinheiro para alguém falamos "vou fazer um Pix". Pois bem, prepare-se para um novo termo: "usar um Drex".

O Banco Central do Brasil anunciou a criação de uma moeda virtual brasileira chamada Drex. A ideia por trás dessa inovação é oferecer uma alternativa ao uso tradicional de cédulas.

E o Brasil não está sozinho nessa; outros países, como Suécia, China e Coreia do Sul, já estão avançando com suas próprias moedas digitais, conhecidas internacionalmente como CBDC (Central Bank Digital Currencies ou, em português, "moedas digitais de banco central").

Mas você deve estar se perguntando: quanto vai custar usar o Drex? E como ele vai funcionar? Vamos explorar essas questões neste artigo!

O que é o Drex?

O Drex, também conhecido como Real Digital, é a primeira moeda virtual oficial do Brasil. Em essência, ele é uma representação digital das cédulas físicas que já conhecemos e são emitidas pelo Banco Central.

A grande novidade é que o Drex é garantido pelos mesmos fundamentos e políticas econômicas que determinam o valor e a estabilidade do real convencional. Isso significa que ele permitirá transações financeiras, transferências e pagamentos, assim como o real físico.

A ideia por trás do Drex é simples: ele é o Real, mas em uma plataforma totalmente digital. E, embora o projeto ainda esteja em fase de testes, a expectativa é que essa moeda digital seja disponibilizada ao público até o final de 2024.

Mas por que "Drex"?

O nome "Drex" combina vários elementos de inovação:

  • D representa o digital.
  • R simboliza o real.
  • E indica a plataforma eletrônica.
  • X faz alusão às transações.

Drex e Real: Qual a diferença?

Na prática, não há diferença entre o Drex e o real. O Drex é simplesmente uma representação digital do real, a moeda oficial do Brasil.

A grande novidade é a tecnologia por trás dele, que permite operações financeiras diferentes graças ao formato tokenizado em blockchain. Isso abre portas para novos produtos financeiros e contratos inteligentes, que são acordos automatizados.

Por exemplo, imagine comprar um carro de alguém. Com o Drex, é possível firmar um contrato inteligente que garante que o dinheiro só será transferido quando a documentação do veículo for alterada para o nome do comprador.

Tudo acontece simultaneamente, eliminando a necessidade de confiar cegamente na outra parte.

Porém, nem tudo poderá ser comprado utilizando Drex. A princípio itens e moda não estarão inclusos na lista do Drex.

Drex vs Criptomoedas: Entendendo as Diferenças

Muitas pessoas podem se perguntar sobre a semelhança entre o Drex e as criptomoedas, como o Bitcoin Afinal, ambos são moedas digitais, certo? No entanto, há diferenças fundamentais entre eles.

O Drex é emitido por uma instituição centralizada, o Banco Central do Brasil. Ele estará em uma estação de blockchain, assim como as criptomoedas, mas tem uma função diferente. Enquanto as criptomoedas representam um ativo dentro da blockchain, o Drex representa, literalmente, o dinheiro brasileiro.

Ele será totalmente emitido e controlado pelo Banco Central e seguirá as mesmas políticas que o dinheiro físico.

Por outro lado, as criptomoedas são emitidas de forma descentralizada e não são controladas por nenhuma instituição central. Elas operam em plataformas não permissionadas, e qualquer plataforma ou financeira pode distribuí-las.

Segurança do Drex

Quando se trata de segurança, o Drex promete ser uma plataforma segura. Os riscos de fraude estão mais ligados ao comportamento humano do que à tecnologia em si.

Assim como já existem fraudes relacionadas ao Pix e ao dinheiro em espécie, novas formas de tentar enganar as pessoas podem surgir com o Drex. No entanto, o Banco Central garante que fornecerá segurança cibernética para garantir que todas as transações sejam seguras.

Custos Operacionais

Há uma expectativa de que o Drex tenha algum custo associado, principalmente porque está vinculado a um serviço financeiro.

O Banco Central informou que o eventual custo associado ao Drex estará relacionado ao serviço financeiro prestado pela instituição ofertante. No entanto, os detalhes sobre os custos ainda estão sendo definidos.

Integração com os Bancos e Participação no Projeto Piloto

O Banco Central tem grandes expectativas para o Drex e espera que todos os participantes do projeto piloto estejam conectados ao sistema em breve. Os testes estão previstos para começar em setembro.

O Banco do Brasil, uma das maiores instituições financeiras do país, já finalizou o processo de desenvolvimento interno e se conectou à rede blockchain criada pelo Banco Central para o piloto do Drex.

Marisa Reghini, vice-presidente de Negócios Digitais e Tecnologia do BB, destacou a importância da participação do banco no piloto e reforçou o compromisso da instituição em adotar tecnologias inovadoras para o mercado financeiro.

A Caixa Econômica Federal, outro grande banco brasileiro, também vê a participação no piloto da CBDC brasileira como uma oportunidade de colocar o país na vanguarda da digitalização financeira.

Rita Serrano, presidente da Caixa, mencionou a possibilidade de pagar benefícios sociais com moeda tokenizada no futuro e destacou as oportunidades no setor de crédito imobiliário.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tem participado ativamente das discussões sobre o Real Digital. A Federação, em conjunto com bancos associados, identificou e apresentou propostas ao Banco Central, contribuindo para a definição das diretrizes do Real Digital.

A Febraban também promove debates técnicos sobre segurança, privacidade, resiliência, interoperabilidade e escalabilidade da moeda digital.

O Futuro do Drex

O projeto Drex ainda está em fase piloto e sem normas emitidas. No entanto, a expectativa é que, quando for lançado ao público, não haja uma grande mudança comportamental dos brasileiros.

A tendência é que, com o tempo, mais ferramentas tecnológicas sejam aplicadas, permitindo que a população realize transações de forma mais digital e reduza o uso de papel-moeda.

A Segurança do Blockchain

Uma das principais vantagens do Drex é a segurança proporcionada pela tecnologia blockchain.

Cada transação é registrada em um "bloco" e, em seguida, adicionada a uma "corrente" de blocos anteriores. Isso cria um registro imutável de todas as transações, tornando quase impossível a fraude ou alteração.

Potencial para Novos Serviços Financeiros

Com o Drex, as instituições financeiras terão a oportunidade de criar novos produtos e serviços.

Por exemplo, poderíamos ver o surgimento de contratos inteligentes que automatizam acordos financeiros com base em condições predefinidas. Isso poderia simplificar e acelerar processos que atualmente são demorados e burocráticos.

Vamos ficar de olho a qualquer novidade que aparecer sobre o Drex.

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