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Renda Fixa x Renda Variável: entenda as diferenças

6min de leitura

Saulo Pereira

Saulo Pereira

Redator

Introdução

Investir é uma palavra que pode gerar muitas emoções, desde a empolgação de ver seu dinheiro crescer até a ansiedade de escolher a melhor opção de investimento.

No universo dos investimentos, dois termos são frequentemente mencionados: renda fixa e renda variável. Mas o que exatamente são esses termos e por que eles são tão importantes?

A renda fixa e a renda variável são duas categorias principais de investimentos, cada uma com suas características, vantagens e riscos.

A renda fixa é conhecida por sua previsibilidade de retorno e, em alguns casos, prazos definidos para o investimento. Por outro lado, a renda variável é marcada pela possibilidade de retornos mais elevados, mas também por um risco maior.

A escolha entre uma ou outra modalidade de investimento varia de acordo com os objetivos, prazos e perfil de risco do investidor. Além disso, é essencial considerar as perspectivas econômicas e a estratégia de diversificação da carteira para minimizar possíveis riscos.

Neste artigo, vamos mergulhar nos detalhes dessas duas categorias de investimentos, explorando seus tipos, diferenças e como elas podem se encaixar em sua estratégia financeira.

Tipos de investimentos em renda fixa

A renda fixa é uma categoria de investimentos que tem como principal característica a previsibilidade de retorno. Ao investir em renda fixa, o investidor tem uma ideia clara de quanto receberá no futuro, seja por meio de uma taxa pré-definida ou por um índice de referência. Vamos explorar alguns dos principais tipos de investimentos em renda fixa:

Títulos Públicos (Tesouro Direto):

Eles são títulos emitidos pelo governo federal para financiar suas atividades. Ao comprar um título público, você está, basicamente, emprestando dinheiro ao governo, que se compromete a devolver o valor no futuro com juros.

O Tesouro Selic é um título público pós-fixado cuja rentabilidade acompanha a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.

Certificado de Depósito Bancário (CDB):

É um título emitido pelos bancos para captar recursos e financiar suas operações. Em troca, o banco paga ao investidor uma remuneração.

Um CDB que rende 110% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) . Se o CDI estiver em 5% ao ano, o CDB renderá 5,5% ao ano.

Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA):

São títulos emitidos por bancos para financiar atividades do setor imobiliário e agronegócio, respectivamente. Uma grande vantagem é que esses investimentos são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas.

Uma LCI que rende 95% do CDI. Se o CDI estiver em 5% ao ano, a LCI renderá 4,75% ao ano.

Debêntures:

São títulos de dívida emitidos por empresas não financeiras. Ao comprar uma debênture, você está emprestando dinheiro à empresa em troca de juros.

Uma debênture de uma grande empresa de infraestrutura que promete pagar IPCA (inflação) + 6% ao ano.

Estes são apenas alguns dos muitos instrumentos de renda fixa disponíveis no mercado. A escolha do melhor investimento depende do perfil de cada investidor, do prazo de investimento e dos objetivos financeiros.

Tipos de Investimentos em Renda Variável

A renda variável é uma categoria de investimentos que não oferece previsibilidade de retorno, pois está sujeita a diversos fatores que podem influenciar seu resultado, como aspectos políticos, econômicos e até eventos inesperados.

No entanto, é o tipo de investimento que pode oferecer retornos mais elevados. Vamos explorar alguns dos principais tipos de investimentos em renda variável:

Ações

As ações representam uma fração do capital social de uma empresa. Quando você compra uma ação, está adquirindo uma pequena parte dessa empresa.

Existem dois tipos principais de ações: ordinárias (com direito a voto em assembleias) e preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos).

O retorno do investimento em ações pode vir tanto da valorização das ações no mercado quanto da distribuição de dividendos pela empresa.

É essencial pesquisar e analisar bem a empresa antes de investir, considerando seu histórico, projeções, mercado em que atua, gestão, entre outros fatores.

Opções

As opções são contratos que dão ao investidor o direito, mas não a obrigação, de comprar (call) ou vender (put) um ativo em uma data futura a um preço previamente estabelecido.

É uma forma de se proteger contra variações de preço no mercado ou de especular sobre essas variações.

O investimento em opções é considerado de alto risco e é mais indicado para investidores com perfil arrojado.

Fundos Imobiliários (FIIs)

Os FIIs são uma forma de investir no mercado imobiliário sem ter que comprar um imóvel diretamente.

Ao investir em um FII, você adquire cotas de um fundo que possui empreendimentos imobiliários, como shoppings, galpões logísticos ou edifícios comerciais.

A rentabilidade pode vir tanto da valorização das cotas do fundo no mercado quanto da distribuição de rendimentos, como aluguéis.

É uma forma de diversificar os investimentos e ter acesso ao mercado imobiliário com um valor de entrada mais baixo.

Estes são alguns dos principais tipos de investimentos em renda variável. É importante lembrar que, assim como qualquer investimento, a renda variável possui riscos, e é essencial se informar e analisar bem antes de investir.

As principais diferenças entre Renda Fixa e Renda Variável

Agora que você já entendeu a definição para ambas as rendas e já sabe quais os principais exemplos desses investimentos, vamos destacar algumas diferenças.

Renda Fixa

A renda fixa é um tipo de investimento em que o retorno é mais previsível. O investidor empresta dinheiro ao emissor do título (que pode ser um banco, empresa ou governo) e, em troca, recebe uma remuneração previamente definida.

Pode ser pré-fixado (retorno definido no momento da aplicação) ou pós-fixado (retorno atrelado a um indexador, como a Selic ou o CDI).

Geralmente, oferece menor risco em comparação à renda variável.

Alguns investimentos em renda fixa são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o que oferece uma camada extra de segurança ao investidor.

Exemplos: CDBs, LCIs, LCAs, títulos públicos do Tesouro Direto.

Renda Variável

A renda variável é um tipo de investimento cujo retorno não é garantido e varia conforme as condições de mercado. O retorno pode ser significativamente mais alto que o da renda fixa, mas também há um risco maior.

Porém, apresenta maior volatilidade e risco.

Além disso, pode ser influenciada por diversos fatores, como cenário econômico, político e eventos específicos de empresas ou setores.

Exemplos: Ações, fundos imobiliários (FIIs), Exchange Traded Funds (ETFs), Brazilian Depositary Receipts (BDRs).

Comparativo:

  • Previsibilidade: A renda fixa é mais previsível em termos de retorno, enquanto a renda variável é mais imprevisível e volátil.
  • Risco: A renda fixa tende a ser menos arriscada, enquanto a renda variável apresenta riscos mais elevados.
  • Retorno: A renda variável tem potencial de retorno mais alto, mas também pode resultar em perdas. A renda fixa, por outro lado, oferece retornos mais modestos, mas com maior segurança.
  • Diversificação: Ambos os tipos de investimento são importantes para diversificar a carteira e alcançar diferentes objetivos financeiros.

Ao decidir entre renda fixa e renda variável, é essencial considerar o perfil do investidor, os objetivos financeiros, o horizonte de investimento e o apetite ao risco.

A combinação de ambos em uma carteira pode ajudar a equilibrar risco e retorno, proporcionando uma estratégia de investimento mais robusta.

Conclusão

Investir é uma jornada que exige conhecimento, planejamento e estratégia. Ao longo deste artigo, exploramos as nuances da renda fixa e da renda variável, duas categorias de investimentos que se destacam no mercado financeiro. Cada uma delas possui suas características, vantagens e riscos.

A renda fixa é uma opção mais conservadora, ideal para quem busca segurança e previsibilidade nos retornos.

É uma excelente escolha para quem está começando a investir ou para quem deseja manter uma parte do patrimônio protegida das oscilações do mercado.

Por outro lado, a renda variável é a escolha de quem busca retornos mais elevados e está disposto a aceitar os riscos associados.

Embora seja mais volátil, a renda variável tem o potencial de trazer ganhos significativos no médio e longo prazo, especialmente para aqueles que têm uma estratégia bem definida e diversificada.

Mas, independentemente da escolha entre renda fixa ou variável, o mais importante é investir de acordo com seus objetivos, perfil de risco e horizonte de tempo. A diversificação, combinando diferentes tipos de investimentos, é uma estratégia inteligente para equilibrar risco e retorno.

Lembre-se sempre de buscar conhecimento, se informar e, se necessário, contar com a ajuda de profissionais especializados. O mundo dos investimentos é vasto e repleto de oportunidades. Com preparo e estratégia, é possível trilhar um caminho de sucesso e alcançar seus objetivos financeiros.

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