Contabilidade

Dívida Bruta: O que é e como ela afeta seus investimentos

10min de leitura

Saulo Pereira

Saulo Pereira

Redator

Introdução

Ao analisar os números de uma empresa, é crucial entender o seu grau de endividamento e alavancagem, e, consequentemente, a sua dívida bruta.

No entanto, muitos investidores negligenciam esse importante dado de uma análise fundamentalista.

A dívida bruta representa o somatório de todos os compromissos financeiros, ou seja, o saldo devedor de todas as dívidas contraídas por uma empresa, que ainda estão pendentes para serem pagas, tanto no curto prazo (prazo de pagamento de até um ano), quanto no longo prazo (período para quitação superior a um ano).

Avaliar a qualidade e o montante desses compromissos é extremamente importante em um processo de formulação de uma tese de investimentos.

No entanto, é importante mencionar que existe uma dúvida bastante recorrente por parte dos investidores, principalmente os iniciantes, sobre a diferença existente entre os conceitos de dívida bruta e dívida líquida.

Dívida Bruta vs. Dívida Líquida

Agora que você já aprendeu como calcular a sua dívida bruta, é importante entender a diferença entre esse conceito e a dívida líquida.

A dívida líquida é calculada de forma similar à dívida bruta, porém, ao invés de considerar apenas as dívidas, também são levados em conta os recursos financeiros disponíveis, como dinheiro em caixa ou investimentos de curto prazo. Ou seja, a dívida líquida é o resultado da subtração da dívida bruta pelos recursos financeiros.

Em outras palavras, a dívida líquida é uma medida mais precisa da situação financeira de empresa, porque leva em conta não só as dívidas, mas também a capacidade de pagá-las.

Por isso, muitas vezes ela é considerada mais relevante do que a dívida bruta.

Mas é importante lembrar que a dívida bruta também é uma medida importante, pois mostra o valor total das dívidas, o que pode ser relevante em algumas análises financeiras.

Portanto, é importante conhecer e monitorar ambos os conceitos.

Impacto da dívida bruta na vida financeira

Agora que você já entende a diferença entre dívida bruta e dívida líquida, vamos falar sobre os riscos e consequências de ter uma dívida bruta elevada.

Quando uma empresa acumula muitas dívidas, a primeira consequência é o aumento dos juros e encargos, o que pode tornar o pagamento das dívidas ainda mais difícil.

Além disso, a dívida pode comprometer o orçamento mensal, pois os pagamentos das parcelas podem representar uma fatia significativa da renda.

Outro risco de ter uma dívida bruta elevada é o comprometimento da capacidade de investimento e de realizar planos a longo prazo.

Com muitas dívidas para pagar, pode ser difícil guardar dinheiro e investir em projetos futuros, o que pode prejudicar a realização de metas financeiras.

Em casos extremos, a dívida bruta pode levar à inadimplência e até mesmo à falência, tanto de pessoas físicas quanto de empresas.

Por isso, é importante ter uma boa gestão financeira e evitar acumular dívidas além do necessário. No próximo tópico, vamos falar sobre como lidar com uma dívida bruta elevada e como evitar a sua acumulação.

Como controlar a dívida bruta

Controlar a dívida bruta é uma parte essencial da gestão financeira de uma empresa. Aqui estão algumas estratégias que as empresas podem usar para controlar sua dívida bruta:

Planejamento financeiro

As empresas devem ter um plano financeiro sólido que inclua uma estratégia para gerenciar a dívida. Isso pode incluir a definição de limites para o nível de endividamento e a criação de um plano para pagar a dívida existente.

Monitoramento constante

As empresas devem monitorar regularmente seus níveis de dívida e tomar medidas para reduzir a dívida se ela se tornar muito alta. Isso pode incluir a revisão regular dos balanços financeiros e a realização de análises financeiras para entender a situação atual da dívida.

Gestão eficaz do fluxo de caixa

As empresas podem controlar sua dívida bruta gerenciando efetivamente seu fluxo de caixa. Isso pode incluir estratégias como aumentar as receitas, reduzir custos e melhorar a eficiência operacional.

Refinanciamento da dívida

Se uma empresa tem uma alta taxa de juros em sua dívida existente, pode ser capaz de reduzir sua dívida bruta através do refinanciamento. Isso envolve a obtenção de um novo empréstimo com uma taxa de juros mais baixa para pagar a dívida existente.

Reserva de emergência

As empresas devem ter uma reserva de emergência para cobrir despesas inesperadas. Isso pode ajudar a evitar a necessidade de contrair mais dívidas em situações de emergência.

Como avaliar a dívida bruta de uma empresa da bolsa de valores?

Avaliar a dívida bruta de uma empresa listada na bolsa de valores é um passo crucial na análise fundamentalista de investimentos. Aqui estão algumas etapas que você pode seguir para avaliar a dívida bruta de uma empresa:

Obtenha os dados financeiros da empresa

Você pode encontrar essas informações no site de relações com investidores da empresa ou em sites financeiros que fornecem dados de empresas listadas na bolsa. Você está procurando informações sobre o total de dívidas de curto e longo prazo da empresa.

Calcule a dívida bruta

A dívida bruta é a soma total das dívidas de curto e longo prazo da empresa.

Compare com o caixa disponível

Subtraia o valor do caixa líquido da empresa da sua dívida bruta para obter a dívida líquida. Isso lhe dará uma ideia de quão capaz a empresa é de pagar suas dívidas.

Avalie a dívida em relação aos lucros

Outra maneira de avaliar a dívida bruta de uma empresa é compará-la com os lucros da empresa. Se a empresa tem lucros suficientes para cobrir suas dívidas, isso é um bom sinal. Se não, a empresa pode estar em risco financeiro.

Considere o contexto

Lembre-se de que a dívida bruta é apenas um dos muitos fatores a considerar ao avaliar uma empresa. Você também deve levar em conta outros indicadores financeiros, bem como o setor em que a empresa opera e as condições econômicas gerais.

É importante lembrar que as análises devem ser feitas em conjunto com outras métricas financeiras, como o Lucro Líquido, o EBITDA, o fluxo de caixa, entre outras, para obter uma visão mais completa da saúde financeira da empresa e tomar decisões mais informadas na hora de investir na bolsa de valores.

Mas, olhar apenas um indicador de forma isolada pode te induzir a cometer um erro.

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