A contabilidade é uma parte essencial dos negócios e das finanças, fornecendo uma estrutura para a elaboração e apresentação de informações financeiras.
Ao longo dos anos, várias normas contábeis padronizadas foram criadas para ajudar a garantir a consistência e a precisão dessas informações em todo o mundo.
Neste artigo, vamos explorar as diferenças entre três das normas contábeis mais comuns: US GAAP, BR GAAP e IFRS.
Vamos examinar como essas normas afetam a elaboração das demonstrações financeiras e como elas podem afetar os resultados financeiros.
Neste artigo você verá:
- O que é GAAP?
- O que é IFRS?
- Diferença entre IFRS e GAAP
- BR GAAP
- US GAAP
O que é GAAP?
Se você é uma pessoa que trabalha com finanças, contabilidade ou é estudante dessas áreas, certamente já ouviu falar sobre GAAP, sigla em inglês para Generally Accepted Accounting Principles. Em tradução livre, significa Princípios Contábeis Geralmente Aceitos.
GAAP é um conjunto de normas e regras que servem como guia para a elaboração das demonstrações financeiras de uma empresa. Essas normas estabelecem uma base padrão para o registro, a mensuração e a divulgação de informações financeiras.
Vale lembrar que cada país pode ter sua própria versão de GAAP, adaptada às particularidades locais.
No Brasil, por exemplo, temos o BR GAAP, e nos Estados Unidos, o US GAAP. Além disso, existe também o IFRS, o International Financial Reporting Standards, que é utilizado em diversos países ao redor do mundo.
No próximo tópico, vamos entender um pouco mais sobre o IFRS.
IFRS
O IFRS (International Financial Reporting Standards) é um conjunto de normas contábeis internacionais desenvolvido pelo IASB (International Accounting Standards Board).
Ele é utilizado por empresas em mais de 100 países ao redor do mundo, incluindo países da União Europeia e do Reino Unido.
O objetivo do IFRS é estabelecer um padrão global de normas contábeis, permitindo a comparabilidade das demonstrações financeiras de empresas em diferentes países.
Ele fornece orientações detalhadas sobre como as empresas devem preparar suas demonstrações financeiras, incluindo o balanço patrimonial, demonstrativo de resultados e demonstrativo de fluxo de caixa.
Uma das principais diferenças entre o IFRS e o GAAP é que o IFRS é um conjunto de normas mais abrangente, enquanto o GAAP é mais específico para o mercado local.
Além disso, o IFRS é baseado em princípios, enquanto o GAAP é baseado em regras. Isso significa que o IFRS fornece orientações mais amplas, permitindo maior flexibilidade na aplicação das normas contábeis.
No próximo tópico, vamos comparar as diferenças entre o IFRS e o GAAP com mais detalhes.
Diferença entre IFRS e GAAP
Embora o IFRS e o GAAP compartilhem algumas semelhanças, existem também algumas diferenças significativas entre eles. Vamos destacar algumas das principais diferenças abaixo:
Base de valor contábil: O GAAP utiliza a base de valor histórico, enquanto o IFRS permite que as empresas usem o valor justo para a mensuração de ativos e passivos. Isso pode levar a diferenças significativas na avaliação do valor de um ativo ou passivo.
Moeda de apresentação: O GAAP permite que as empresas apresentem suas demonstrações financeiras em dólares americanos, enquanto o IFRS exige que as empresas usem a moeda local do país em que estão operando.
Componentes das demonstrações financeiras: O GAAP requer que as empresas apresentem quatro demonstrações financeiras (balanço patrimonial, demonstração de resultados, demonstração dos fluxos de caixa e demonstração das mutações do patrimônio líquido), enquanto o IFRS exige apenas três demonstrações financeiras (balanço patrimonial, demonstração de resultados e demonstração dos fluxos de caixa).
Formato da demonstração de resultado: O GAAP requer que a demonstração de resultado apresente a receita bruta e as deduções de impostos, enquanto o IFRS requer a apresentação da receita líquida.
Demonstração dos fluxos de caixa: O GAAP permite que as empresas apresentem a demonstração dos fluxos de caixa usando o método direto ou indireto, enquanto o IFRS requer a apresentação usando o método direto.
Essas são apenas algumas das diferenças entre o IFRS e o GAAP. As empresas que operam em mercados globais devem entender as diferenças entre esses conjuntos de normas contábeis para garantir que suas demonstrações financeiras estejam em conformidade com as leis e regulamentações aplicáveis.
BR GAAP
O BR GAAP é a versão de GAAP utilizada no Brasil, que foi desenvolvida para atender às necessidades do mercado nacional.
Ele estabelece uma série de normas e regras para a elaboração das demonstrações financeiras, que são aplicadas por empresas brasileiras de diversos setores.
BR GAAP tem como base o IFRS, mas com algumas particularidades que levam em consideração as leis e regulamentações locais, como a substituição do DFC pela Demonstração de origem e aplicação dos recursos.
No BR GAAP, a organização do Balanço é feita entre ativos circulantes e não-circulantes, organizados sempre por ordem de liquidez.
Na DRE, não existe uma formatação padrão, exigindo apenas a apresentação dos gastos por função ou natureza.
Não é exigida a apresentação do DFC, mas caso a empresa apresente deve se basear nas regras da IFRS.
Um ponto importante a ser destacado é que as empresas brasileiras de capital aberto devem obrigatoriamente seguir as normas do BR GAAP, estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a moeda utilizada nos documentos é o Real.
Já as empresas de capital fechado têm a opção de seguir o BR GAAP ou adotar outro conjunto de normas contábeis.
No próximo tópico, vamos entender um pouco mais sobre o US GAAP.
US GAAP
O US GAAP é a versão de GAAP utilizada nos Estados Unidos, que foi desenvolvida para atender às necessidades do mercado americano.
Assim como o BR GAAP, ele estabelece uma série de normas e regras para a elaboração das demonstrações financeiras, que são aplicadas por empresas americanas de diversos setores.
O US GAAP também tem como base o IFRS, mas com algumas particularidades que levam em consideração as leis e regulamentações locais.
Algumas das diferenças entre o US GAAP e o IFRS incluem a forma de contabilização de alguns itens, como as opções de ações e as despesas com pesquisa e desenvolvimento.
Por aqui não se exige a classificação padronizada do balanço patrimonial, as empresas decidem como apresentarão os ativos.
No DRE, a classificação das receitas é feita por grupos e as despesas por grupo e função, nos dois casos deduzidas diretamente das receitas totais.
A apresentação do DFC é feita pelo método de contas padrão, método direto ou indireto.
Os valores contábeis que podem ser reavaliados são os derivativos.
Um ponto importante a ser destacado é que as empresas americanas de capital aberto devem obrigatoriamente seguir as normas do US GAAP, estabelecidas pela Securities and Exchange Commission (SEC). A moeda utilizada pode ser escolhida pela empresa.
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