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+240% em 7 anos: O Oceano Azul da Quero Quero | LJQQ3

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Saulo Pereira

Saulo Pereira

Redator

A Lojas Quero-Quero é a maior rede de varejo de materiais de construção do Brasil em número de lojas. E isso se deu graças a uma estratégia de crescimento um pouco diferente.

Seguindo uma ideia totalmente oposta a dos seus concorrentes, ela chegou ao patamar que só as maiores empresas do país chegam: abrir seu capital na Bolsa de Valores.

Quando a gente fala de faturamento, ela também não faz feio. A Quero-Quero é a terceira maior do setor no Brasil, atrás apenas da Leroy Merlin e da Telhanorte.

No total, são 509 lojas espalhadas por 5 estados brasileiros, sendo que mais de 150 lojas foram inauguradas só nos últimos 3 anos.

O curioso é que se você mora em algum grande centro urbano, como São Paulo ou Rio de Janeiro, provavelmente nunca ouviu falar nela. Mas isso tem uma explicação.

História da Quero-Quero

A Lojas Quero-Quero foi fundada em 1967 na cidade de Santo Cristo, no interior do Rio Grande do Sul e vendia no início implementos agrícolas e produtos veterinários.

Com os anos passando, eles decidiram se aventurar por novos produtos e começaram a vender materiais de construção, eletrodomésticos e móveis, que são o carro-chefe da empresa hoje.

A partir de 1980, as lojas começaram a se espalhar pelo Rio Grande do Sul. Entre 90 e 2007, a empresa expandiu organicamente com um bom ritmo, numa média de 5 aberturas por ano e em 2007, ela deu um salto, fechando o ano com mais 37 lojas. Dessas lojas, 32 foram compradas de uma outra empresa chamada Lojas Fischer.

A família fundadora permaneceu no controle da empresa até 2008, quando vendeu 95% da suas ações para a Advent, uma das gestoras de private equity mais renomadas do mundo aí, dando início a uma nova fase na gestão do negócio.

Com um fundo de private equity no comando, a companhia passou por um importante processo de reestruturação e implementou uma série de iniciativas estratégicas com o objetivo de profissionalizar a sua gestão.

Em 2020, ela fez a oferta pública inicial de ações na Bolsa, passando a ser listada no Novo Mercado da B3, o que fez a Advent sair por completo do quadro de acionistas.

O negócio da Quero-Quero

Sabemos que o setor de varejo de materiais de construção é bem competitivo. Para vencer nesse jogo, você precisa de escala, ou seja, comprar e vender em grandes quantidades.

Sendo assim, usando a lógica, a melhor forma é estar localizado em grandes centros urbanos, onde tem mais gente, pra poder ter um grande volume de vendas.

Foi exatamente isso que as maiores empresas do setor, como a Leroy Merlin, a Telhanorte e a C&C fizeram e tem lojas gigantes nas maiores cidades do país. No total, cerca de 90% das lojas dessas empresas estão em cidades com mais de 100 mil habitantes.

Acontece que assim, como é de se esperar, a concorrência nestas grandes cidades acaba sendo muito grande também, o que gera uma verdadeira guerra de preços entre as varejistas.

E foi assim, “comendo pelas beiradas" que a rede gaúcha cresceu ano após ano totalmente fora do radar das gigantes.

Para você ter uma ideia, praticamente a metade das lojas da Quero-Quero estão localizadas em cidades com até 25 mil habitantes.

Esse mercado é grande o suficiente para a empresa continuar crescendo?

Segundo o IBGE, existem mais de 5.400 municípios com menos de 300 mil habitantes no Brasil e apenas 95 cidades com população maior do que 300 mil.

Além disso, a população total dessas pequenas e médias cidades é de 128 milhões de habitantes, o que representa cerca de 60% da população brasileira.

No total, 49,3% do PIB do Brasil é gerado nesses municípios com até 300 mil habitantes. Ou seja, estamos falando de um grande mercado consumidor, só que sem a concorrência das grandes redes de materiais de construção.

Mas como se trata de um mercado muito pulverizado, mesmo com a vantagem da Quero-Quero em relação a essas pequenas lojas, o market share dela é de só 7% nas cidades onde ela atua.

Além disso, um outro ponto que vale ressaltar é que a dinâmica dessas cidades menores é bem diferente das cidades grandes, o que acaba sendo uma importante barreira de entrada para os concorrentes da Quero-Quero.

O Futuro das Lojas Quero-Quero

O difícil ela já fez. A empresa já aprendeu como funciona a dinâmica desse mercado e agora só precisa replicar o modelo.

E ela está expandindo sem parar. A diretoria da empresa já disse que consegue chegar em 916 lojas. A questão é, será que ela vai conseguir executar esse plano de expansão?

Se você ficou curioso, quer saber mais sobre a empresa e se vale a pena ou não investir nela, eu vou deixar em presente pra você aqui embaixo, o relatório completo com valuation e a resposta para todas as suas perguntas sobre a Lojas Quero-Quero.

Relatório Completo da Lojas Quero-Quero

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Espero que tenha gostado, até o próximo artigo.

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