🕵️♂️ Analisando
Desvendando o Modelo de Negócios das empresas
O Melhor Setor para Investir nos Próximos Anos?
Por Leandro Siqueira
Quando a gente ouve falar do setor de telecomunicações na bolsa, muitas vezes o papo fica concentrado nas gigantes Vivo, TIM e Oi.
Entretanto, existem outras formas interessantes de se expor a esse setor no Brasil.
O mercado de telecom no Brasil é dividido em 2 grandes áreas:
- Telefonia móvel
- Internet banda larga fixa
No móvel, não é surpresa pra ninguém, quem domina são 3 grandes operadoras:
- Vivo (com market share de 38,8%)
- Claro (34,4%)
- TIM (23,9%)
A concentração aumentou ainda mais após a Oi vender sua operação móvel para o trio, como parte do seu processo de recuperação judicial. Entretanto, essa concentração começou a mudar de forma significativa depois do leilão do 5G.
Nele, novas empresas adquiriram licenças para operar regionalmente no segmento móvel (como veremos mais a seguir). Hoje, essa base gigantesca de usuários traz uma tonelada de dinheiro para a TIM e Vivo.
Pra você ter ideia, em 2023 a TIM faturou R$ 21,8 bilhões, enquanto a Vivo teve uma receita de R$ 36,7 bilhões. Crescer nesse setor, porém, não é fácil.
Por alguns anos, TIM e Vivo não chegaram sequer a superar a inflação.
Isso é reflexo da maturidade do mercado móvel no Brasil. A maioria da população economicamente ativa já possui um aparelho celular, e a própria taxa de crescimento populacional vem desacelerando.
Hoje, não há mais um incentivo tão grande para os usuários possuírem chips de diversas operadoras. Com aplicativos de mensagens como o WhatsApp e o Telegram cada vez mais populares, os serviços de dados são mais valorizados do que os pacotes de voz.
Isso faz com que as operadoras foquem mais na monetização de sua base do que no aumento da quantidade de clientes.
Caso você queira se aprofundar mais nessa área de telefonia móvel, recomendo que você estude sobre ARPU, M2M, portabilidade móvel, pós-pago e pré-pago.
Você pode aprender sobre isso tudo de forma didática e sem economês, no relatório completo sobre a Vivo disponível na nossa plataforma.
Partimos agora para a banda larga fixa, que é completamente distinta da móvel.
Aqui a concorrência é mais robusta, com um cenário bem mais diversificado.
Apesar de Claro, Vivo e Oi terem um número significativamente maior de clientes, há um ponto de atenção: elas ainda atuam em boa parte com tecnologia legada.
Ou seja, para expandir com fibra elas precisam fazer antes a retirada dos seus cabos metálicos antigos.
Enquanto isso, as demais operadoras vêm avançando com maior velocidade usando apenas a fibra.
Quem nos últimos tempos não ficou sem internet por horas ou até mesmo por dias por conta de uma manutenção no cabeamento?
Aqui o destaque fica com 3 empresas que fizeram os seus IPOs em 2021:
- Brisanet (BRIT3)
- Desktop (DESK3)
- Unifique (FIQE3)
Cada uma delas tem um foco de atuação numa região específica.
A Brisanet atua no Nordeste do Brasil, possuindo relevantes ~17% de market share por lá.
A Desktop, por sua vez, foca em São Paulo, onde detém ~7% de market share.
Já a Unifique se concentra em Santa Catarina, com market share de ~20%.
Vale citar que ela entrou recentemente no Rio Grande do Sul, com 5,2%, e no Paraná, com 0,3%.
Essa atuação regional faz com que cada um desses players apresente peculiaridades em suas operações.
A mais óbvia delas é a relação da renda domiciliar de cada região com o ARPU (receita média por usuário) de cada uma.
Caso você queira se aprofundar mais em banda larga fixa, recomendamos que estude sobre ARPU, HPs, HCs, Gateways, Capex e a alavancagem de cada uma dessas empresas.
A melhor maneira de aprender sobre isso é nos relatórios da Brisanet e Unifique que estão na nossa plataforma.
Ah, falando na Brisanet e da Unifique, lembra dos leilões de 5G?
Então, elas adquiriram licenças no leilão e já estão ofertando serviços móveis com essa tecnologia. A Unifique operará apenas em SC e RS, enquanto a Brisanet vai entrar não só no Nordeste, mas também no Centro-Oeste.
Vale comentar também que tanto as grandes operadoras como os provedores menores querem diversificar suas receitas. Por isso eles estão explorando coisas como telemedicina, streaming, carteira de crédito, seguros e serviços na nuvem. Afinal, o público cativo elas já têm.
Quando você tem uma base gigantesca de clientes e o contato com eles é virtual, fica fácil acoplar outros serviços para extrair mais dinheiro do negócio.
De início, porém, isso provoca uma redução nas margens, já que a maioria dessas iniciativas é feita via parcerias. Por outro lado, apesar de reduzir as margens, isso tende a aumentar o ROIC, dado que o investimento nelas é ínfimo em relação à tradicional infraestrutura de telecom.
Bom, mesmo o setor sendo estável e relativamente previsível, é bom lembrar que ele também tem seus riscos.
É preciso ficar atento aos regulamentos da Anatel (principalmente no que sairá junto à Aneel sobre a passagem de cabeamento pelos postes) e nos investimentos que as ISPs fazem para avançar sua cobertura. E, é claro, na alavancagem e no retorno que esses investimentos podem trazer (ou não).
Se você quer entender tudo sobre esse mercado e se manter atualizado sobre as melhores oportunidades de investimentos, temos um presentão para você.
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☕ Expresso de Notícias
Curto e sem açúcar
As principais notícias da semana
Por Saulo Pereira
Bom dia, meus amigos.
Estamos começando mais uma semana feliz, pois o calor infernal que estava fazendo no Rio de Janeiro decidiu dar uma trégua. Não aguentava mais sair do banho e 30 minutos depois estar encharcado de suor.
Vamos às notícias.
Já tá no sangue da família - Renan Bolsonaro, o filho nº 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro, se tornou réu por lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público, Renan e outras 5 pessoas forjaram a arrecadação da sua empresa, a RB Eventos. O documento atesta que a empresa dele havia faturado mais de $ 4 milhões de reais no período de 1 ano.
Além disso, os empréstimos bancários feitos pela empresa entre 2022 e 2023 não foram pagos e um processo judicial foi aberto contra Renan. A sua defesa afirma que ele foi vítima de golpe.
Vale lembrar também que o "filho 04" anunciou na semana passada sua pré-candidatura a vereador de Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
Agora sai o acordo Mercosul-UE? - na semana passada, o presidente da França, Emannuel Macron, passou uns dias em terras tupiniquim. Durante a viagem ele criticou o acordo Mercosul-União Europeia. Os europeus alegam que as práticas ambientais no setor agrícola brasileiro são prejudiciais ao meio ambiente.
Esse acordo já está sendo negociado há 20 anos, e nem o Mercosul nem a UE estão dispostos a ceder facilmente à vontade do outro. Até porque a França é o país europeu que mais vem sendo impactado com protestos dos agricultores.
Ex-rei das criptos - Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX foi condenado a 25 anos de prisão. Ele foi cofundador da exchange de criptoativos e provocou perdas de pelo menos $8 BILHÕES a milhares de clientes em 2022.
Ele enfrentava a possibilidade de receber uma pena de até 110 anos de prisão, mas acabou recebendo "apenas" 25 anos.
Aprendiz de Vladimir Putin - seguindo os passos do colega de profissão, Maduro mostra ao mundo que aprendeu muito bem com Putin sobre como vencer uma eleição: prendendo seus opositores.
Na última semana, 6 integrantes dos partidos de oposição ao regime de Nicolás Maduro procuraram abrigo na embaixada da Argentina, em Caracas. Além disso, com praticamente todos os principais opositores inelegíveis ou presos, a situação para uma reeleição de Maduro fica cada vez mais clara.
Para deixar a situação ainda mais calamitosa, a oposição venezuelana tentou registrar no último dia Corina Yoris, mas aparentemente o acesso ao sistema está restrito a poucos partidos.
Por essa semana foi isso, pessoal! Nos vemos na próxima edição do diário.
🔭 Panorama
A visão abrangente dos últimos acontecimentos de um setor
Japão, Rússia e as 4 ilhas
Por Saulo Pereira
Uma das disputas territoriais mais conhecidas atualmente é entre a Ucrânia e a Rússia pela Península da Crimeia. Acontece que essa está longe de ser a mais longeva da história dos russos. No extremo leste do país europeu uma disputa de quase 80 anos segue ainda indefinida. Mais precisamente essas 4 ilhas ao norte do Japão:
A disputa territorial entre o Japão e a Rússia por essas ilhas começou após a rendição japonesa aos EUA, no final da Segunda Guerra Mundial. Agora, por que um pequeno pedaço de terra quase que irrelevante é tão importante tanto para os russos quanto para os japoneses (e, indiretamente, para os EUA)?
Para entender o que está acontecendo, precisamos voltar para o meio do século XIX. Naquela época o Japão estava voltando a se abrir para o mundo, após séculos de isolamento.
Uma das atitudes tomadas pelo governo japonês foi mover tropas para as Ilhas Curilas. O governo russo também moveu tropas e civis tanto para lá quanto para a Ilha de Sacalina. A situação ficou mais ou menos assim:
Então, os dois países decidiram assinar um acordo, em 1855, para delimitar quais ilhas seriam de quem. Esse tratato ficou conhecido como Tratado de Shimoda. Com isso, a Rússia ficaria com as ilhas mais ao norte e o Japão ficaria com as 4 ilhas ao sul, próximas ao seu território.
Enquanto isso, a Ilha da Sacalina seria um território controlado pelos dois países. Até aí tudo bem. Em 1875 foi assinado outro acordo, o de São Petersburgo. O Acordo estabelecia que os russos ficariam com a posse da Sacalina e os japoneses ficariam com as Ilhas Curilas (incluindo os territorios russos).
Ao longo dos anos seguintes as duas nações começaram a povoar e tudo ficou relativamente bem… até o início do século XX. A partir daí ambos os países começaram a se desentender sobre suas ambições territoriais. Além disso, a marinha russa no Pacífico estava muito dependente dos japoneses para circular livremente, uma vez que a maioria do mar congela durante 60 dias do inverno.
Pensando nisso, a Rússia expandiu seu território para onde hoje é a Manchúria, na China.
Eles queriam ir um pouco além e chegaram a ocupar a região onde hoje estão as Coreias do Norte e Sul. Para surpresa da Rússia, os japoneses também estavam se expandindo para a Coreia, com o objetivo de chegar à Manchuria. Com isso, o Japão sugeriu um novo tratado: os japoneses ficariam com a Coreia toda para eles e em troca a Rússia ficaria com a Manchúria. Os russos disseram simplesmente "não!!". Então, os países dividiram a Coreia entre eles, mas ainda assim os japoneses ficaram ressentidos e decidiram atacar a marinha russa. Esse conflito ficou conhecido como Guerra Russo-Japonesa e durou cerca de 18 meses.
Essa foi uma derrota humilhante para o Império Russo. Eles tiveram que ceder metade de Sacalina para o Japão. Apesar disso, os dois países conseguiram viver com relativa paz entre si por cerca de 40 anos. Nesse período os japoneses continuaram a expandir seu território e uma coisa bastante curiosa aconteceu nesse período.
O governo japonês estava à procura de petróleo e ficaram entre duas decisões: a primeira era expandir para o norte e tentar conquistar a União Soviética e a segunda era expandir para o sul e Pacífico e conquistar algumas ilhas que possuíam Petróleo, como a Tailândia. Eles decidiram ir para o sul e Pacífico. Na época eles não tinham ideia de que no lado norte de Sacalina havia uma reserva de Petróleo quase 5x maior que a da Tailândia. Agora, imaginem o efeito borboleta que aconteceria na história da humanidade se eles soubessem que eles tinham petróleo praticamente na porta de casa? Possivelmente o filme do Oppenheimer nunca teria ganhado um Oscar.
Em 1941, a URSS e o Japão assinaram um acordo de não agressão entre si, que duraria até 1946. Acontece que em 1945 o pacto foi quebrado pela União Soviética. Além disso, dois dias após a bomba atômica cair em Hiroshima, o Japão foi invadido e dominado com relativa facilidade pelos países aliados. No final, os japoneses foram obrigados a ceder todos os seus territórios ocupados, inclusive as Ilhas de Sacalina e Curilas. A população japonesa que vivia nesses territórios foi deportada para o Japão.
É a partir desse momento que começa a disputa legal entre Japão e Rússia (na época ainda URSS) por essas ilhas. Vamos falar primeiro sobre o ponto de vista japonês da situação.
O governo japonês se baseia principalmente nas ambiguidades da maioria dos tratados feitos após a Segunda Guerra. Por exemplo, um dos pontos do Tratado de Cairo estabeleceu que o Japão perderia todos os territórios que conquistaram por meio de violência antes da Segunda Guerra Mundial. Os japoneses argumentam que as Ilhas Curilas passaram às mãos japonesas de forma pacífica por conta dos acordos com a Rússia de 1855 e 1875.
Nesse mesmo tratado os aliados estabeleceram que os japoneses ficariam com as ilhas de Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu (que são as ilhas que compõe o território japonês que conhecemos) e com outras ilhas que os aliados determinariam, mas sem epecíficar exatamente quais outras ilhas seriam estas. Outro argumento utilizado pelo país asiático é que por conta do tratado de não agressão que a URSS violou em 1945, as Ilhas Curilas não poderiam pertencer aos russos. Por fim, o Tratado de São Francisco estabeleceu que as as pequenas ilhas ao norte do Japão não pertenceriam mais ao Japão, mas também não estabeleceu a quem pertenceriam. Além disso, os japoneses continuam argumentando que pelo menos as 4 ilhas ao norte do país não fazem parte geograficamente das Ilhas Curilas, logo não poderiam estar envolvidas no Tratado de São Francisco.
Agora vamos falar sobre o ponto de vista da Rússia. O país, comandado na época por Stalin, argumenta que as 4 ilhas reivindicadas pelo Japão fazem sim parte das Ilhas Curilas, pois nenhum historiador ou geógrafo confirma o argumento japonês. Além disso, o acordo de Yalta assinado por EUA, URSS e Reino Unido deixa explícito que após o fim da guerra os russos ficariam com as Ilhas de Sacalina e Curilas integralmente.
Outro fato apontado pelos russos é que atualmente a ampla maioria da população que vive lá são de etnias russa e ucraniana, e que a cada novo plebiscito a maioria sempre decide permanecer como parte da Rússia.
É uma disputa legal bastante complexa e nenhum lado está disposto a ceder à vontade do outro. Uma das propostas que os russos já fizeram algumas vezes aos japoneses é ceder 2 ilhas menores daquela região em troca de ambos assinarem um acordo de paz. Os japoneses recusaram todas as vezes, argumentando que eles querem controle das 4 ilhas. Mas por que essas ilhas são tão valiosas para os 2 países e seus aliados?
Acontece que as Ilhas Curilas são de grande estratégia para a marinha russa localizada em Vladivostok (aquela região que a maioria das pessoas só conhece por causa do jogo de tabuleiro War). Controlar aquela região permitiria que os seus navios e submarinos pudessem navegar sem necessariamente invadir as águas do Japão, uma vez que mais ao sul eles ficariam dependentes do Japão, da Coreia do Sul e também das tropas dos EUA que possuem base militar nessa região.
Caso os russos viessem a ceder as 4 Ilhas aos japoneses, muito provavelmente os EUA poderiam montar uma base militar na região, o que dificultaria a circulação da marinha russa livremente pela região.
Para deixar a situação ainda pior para Moscou, abrir mão dessas 4 ilhas criaria uma brecha para que os países do Ocidente questionassem legalmente a situação da Crimeia, já que a maioria dos países do Ocidente considera essa península como um território ucraniano ocupado pela Rússia. Algo similar ao que o Japão e os EUA consideram as 4 ilhas.
Há também a possibilidade de recursos naturais valiosos nessas ilhas. É possível que a região tenha uma reserva GIGANTESCA de petróleo e gás natural, além de um metal raro chamado Rênio, primordial para as indústrias farmacêuticas e aeroespacial.
Então, por essas razões, é muito pouco provável que a Rússia devolva essas ilhas para o Japão. Com as sanções impostas à Rússia atualmente, todas as propostas de paz foram retiradas da mesa e o país controlado por Putin está intensificando a presença militar na área a fim de demonstrar força para o mundo.
Uma paz entre Japão e Rússia parece bem ilusória no curto prazo, e a decisão final entre as 2 nações sobre quem ficará com as 4 ilhas provavelmente será adiada para um futuro distante.
🍷 Sommelier
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Consumimos de tudo. Trazemos o que importa
Como PREVER O RETORNO DE UMA AÇÃO na SEMANA QUE VEM!
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⏳ Atemporalidades
Leia agora, leve pra vida.
“A melhor maneira de se ter uma boa idéia é ter várias boas idéias.” - Linus Pauling
“Há campeões de tudo, inclusive de perda de campeonatos.” - Carlos Drummond de Andrade
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