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Venezuela, Guiana e uma possível guerra - Diário de Omaha 85

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Saulo Pereira

Saulo Pereira

Redator

As principais notícias da semana

Por Saulo Pereira

Do céu ao inferno em 4 anos - Na última semana, a WeWork (OTCMKTS: WEWKQ) aderiu ao capítulo 11 da lei de falência americana, que aqui no Brasil equivale a entrar em recuperação judicial.

A empresa, que já foi avaliada em US$ 47 bilhões no seu auge, perdeu mais de 98% do seu valor de mercado desde 2019. Segundo comunicado da própria empresa, as franquias de outros países não serão afetadas.

Lili vai cantar para a Argentina? - No próximo domingo nossos hermanos vão decidir quem será o próximo presidente do país. A disputa entre o libertário Javier Milei e o ministro da economia Sergio Massa está bem acirrada.

Nas últimas pesquisas, desde o primeiro turno, Milei se manteve à frente de Massa. Independentemente de quem ganhar, o trabalho na Argentina não será fácil para reduzir a inflação que pode chegar a 200% até o final do ano.

Segue o líder. - O Senado Federal aprovou no último dia 8 de novembro de 2023, em dois turnos, o texto-base da reforma tributária sobre o consumo. Aquela mesma que simplifica os diferentes tributos que temos por aqui. A previsão é que o Brasil finalmente chegue ao mesmo patamar de países como Suécia e Portugal, só que em questões tributárias.

Mais um follow-on - A Aeris (AERI3), fabricante de pás eólicas, anunciou um follow-on de R$ 400 milhões, destinados à amortização de toda a sua dívida, que vence no primeiro semestre de 2024. Esta oferta, que é 100% primária, já tem garantia de compra pelo BTG Pactual. A operação foi desenhada em conjunto com a família Negrão, que controla 60% do capital da Aeris.

Com a realização da oferta, a participação da família Negrão na Aeris cairá para 37%, enquanto o BTG poderá chegar a 38% do negócio, caso compre toda a oferta. O BTG afirmou que não pretende interferir na governança da Aeris e cederá o seu direito de voto aos Negrão.

Venezuela, Guiana e uma possível guerra

Por Saulo Pereira

A América do Sul pode ter seus diversos problemas, como países com alto índice de corrupção nos governos ou países com alta taxa de criminalidade. Mas pelo menos podemos falar que não temos tantas guerras entre países, como acontece em outros continentes.

Para você ter ideia, o último conflito entre nações por aqui aconteceu em 1995, na Guerra de Cenepa, um pequeno conflito entre Peru e Equador. Mas nas últimas semanas parece qua a Venezuela está querendo pegar à força uma parte do seu vizinho, a Guiana. E não é pegar uma pequena parte apenas, mas pegar quase 70% do seu território. Será que teremos uma guerra entre os dois países?

A invasão da Rússia na Ucrânia mostrou para o mundo que um país invadindo o outro não é coisa do passado. Além disso, o Hamas também atacou Israel, e há boatos de que a China talvez queira invadir Taiwan nos próximos anos.

Acontece que esses conflitos inspiraram o presidente venezuelano Nicolás Maduro a fazer um referendo para avaliar se a população apoia tomar à força a parte da Guiana chamada de Guiana Essequiba. Parece meio irônico perguntar à população se ela concorda que o seu país invada outro país, considerando principalmente que a Venezuela tem diversas acusações de manipulação eleitoral.

foto da regiao de essequiba

Se você não conhece a história da Guiana vale a pena conferir essa edição do Diário de Omaha para entender o que está acontecendo com o pequeno país.

De forma resumida, ao longo da história a Guiana já foi colônia tanto da Holanda quanto da Inglaterra. O problema começou no século XIX, quando os ingleses não definiram muito bem com os espanhóis onde seria a fronteira da sua colônia – que mais tarde seria conhecida como Guiana.

No início, a Guiana Essequiba não era uma área de disputa entre os países, mas até que em 1850 descobriram ouro por lá e aí todo mundo quis se apropriar da região. A situação só foi ser resolvida com o Tratado de Washington, no final do mesmo século.

A relação entre os dois países parecia ter sido resolvida na primeira metade do século XX. Porém, na segunda metade do século os venezuelanos recorreram à ONU para reivindicar a Guiana Essequiba como território da Venezuela. A situação só foi se acalmar em 2004, quando o presidente da Venezuela na época, Hugo Chavez, considerou a disputa das fronteiras terminada e a região de Essequiba aparentemente permaneceria com a Guiana.

Em 2015, a tensão entre os países voltou a aumentar, quando descobriram petróleo no território marítimo da Guiana. Obviamente a Venezuela decidiu voltar atrás e dizer que a região de Essequiba era território dela e não da Guiana. De novo a ONU foi chamada para intermediar a disputa.

O caso foi parar na Corte Internacional de Justiça, mas a Venezuela alegou que a Corte não tinha jurisdição sobre o caso e decidiu não aceitar o julgamento. Acontece que, a Corte analisou a situação dos países e, em 2020, concluiu que ela possuía jurisdição para julgar o caso. Em 2021, a Venezuela recebeu um prazo até março de 2023 para apresentar seus argumentos, mas ela não o fez.

Há algumas semanas, o presidente venezuelano Nicólas Maduro anunciou um referendo para a população decidir se o país deverá invadir ou não a Guiana. O problema de uma possível invasão à Guiana é que poderia envolver o Brasil indiretamente, uma vez que na fronteira entre a Venezuela e a Guiana existe apenas uma densa floresta, e o Brasil poderia servir como passagem para os venezuelanos.

Muito provavelmente o governo venezuelano está de olho na enorme reserva de petróleo do pequeno país. Mas por conta de todas as acusações de corrupção que Nicolas Maduro vem sofrendo nos últimos anos, dificilmente ele teria apoio de outros países democráticos numa possível guerra.

Pode ser que essa disputa territorial ainda dure mais um tempo. Vamos acompanhar para saber as cenas dos próximos capítulos dessa história.

O Master Plan do Elon Musk

Você sabe como Elon Musk está planejando dominar o mercado de carros elétricos com a Tesla?

A história da empresa é marcada por resiliência e inovação. Ela foi fundada por Martin Eberhard e Marc Tarpenning.

A dupla do Vale do Silício tinha acabado de vender o seu negócio por 187 milhões de dólares e decidiu investir na criação de um carro esportivo 100% elétrico.

O conceito original da Tesla era mudar a maneira como o mundo enxergava os carros elétricos naquele momento - veículos pequenos, quase como caixas de fósforos, com um design pouco atraente e um motor nada interessante.

Acontece que Elon Musk foi fundamental para o sucesso da empresa.

Embora ele não seja um dos fundadores originais, Musk se juntou à Tesla em 2004, investindo 6,35 milhões de dólares do seu próprio bolso e se tornando presidente do conselho de administração.

Ele também teve um papel importante na definição da estratégia da empresa.

Por isso, pra mostrar que não estava brincando, em 2006 Musk revelou a primeira parte do seu plano secreto de dominação mundial da Tesla: o Master Plan parte 1.

Nosso co-fundador, Lucas Guimarães, fez um documentário contando todos os detalhes dessa estratégia. Você vai descobrir como Musk está revolucionando esse mercado e quais podem ser os próximos passos desse plano. Você pode conferir aqui!

⏳ Atemporalidades

Leia agora, leve pra vida.

“Aqueles que sonham acordados têm consciência de mil coisas que escapam aos que apenas sonham adormecidos” - Edgar Allan Poe

“Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida”  - Platão

“Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo eu não tenho certeza” - Albert Einstein

Por hoje é só pessoal 🤙

Bebam café, se hidratem e [...]

Boa semana e bons negócios!

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