Renda Fixa

Quanto rende 1 milhão de reais na poupança? Vale a pena investir nela?

4min de leitura

Saulo Pereira

Saulo Pereira

Redator

Na busca por alternativas de investimento seguras e tradicionais, muitos brasileiros direcionam seu olhar para a poupança. Desde sua criação em 1861, a caderneta de poupança tem sido um refúgio financeiro para milhões, sendo associada com simplicidade, segurança e acessibilidade.

Mas com o passar dos anos, o cenário econômico tem evoluído significativamente, e com ele, o rendimento da poupança.

Em um mundo onde as opções de investimento se expandiram e se diversificaram, fica a pergunta: "Quanto rende 1 milhão de reais na poupança?".

Este valor substancial, muitas vezes associado a um marco de sucesso financeiro, serve como um excelente exemplo para entender não apenas o rendimento nominal, mas também o valor real que se pode esperar ao investir na poupança.

Neste artigo, exploraremos as nuances do rendimento da poupança, analisando se vale a pena investir nela, especialmente quando se trata de um montante considerável como 1 milhão de reais.

Examinaremos as regras atuais de cálculo de rendimento, o impacto da inflação sobre a poupança, e como ela se compara com outras opções de investimento disponíveis no mercado financeiro.

Além disso, discutiremos se o investimento na poupança ainda se mantém como uma opção viável e prudente no cenário econômico atual.

História da Poupança no Brasil

A história da poupança no Brasil se entrelaça com a própria história econômica do país. Inaugurada em 1861 por Dom Pedro II, a caderneta de poupança surgiu como um instrumento financeiro voltado para a população mais carente, oferecendo um meio seguro de guardar economias.

A criação da Caixa Econômica Federal acompanhou esse movimento, estabelecendo um marco na história financeira nacional.

Por mais de um século e meio, a poupança tem se mantido como um dos investimentos mais populares entre os brasileiros.

Sua simplicidade e a percepção de segurança têm sido fatores cruciais nessa longevidade. Tradicionalmente, as cadernetas de poupança eram vistas como um porto seguro, especialmente em períodos de instabilidade econômica e inflação alta.

Mas ao longo dos anos a poupança passou por diversas mudanças, refletindo as transformações na economia brasileira.

Uma das mudanças mais significativas ocorreu em 2012, com a introdução de novas regras para o cálculo de seu rendimento, atreladas à taxa Selic. Essa mudança foi uma resposta ao cenário econômico da época e visava manter a poupança competitiva em relação a outras formas de investimento.

Essa evolução mostra como a poupança não é um instrumento estático; ela se adapta e responde às mudanças econômicas e às necessidades dos investidores.

Apesar de sua trajetória de confiabilidade e simplicidade, o rendimento da poupança tem sido cada vez mais questionado, especialmente em um mercado financeiro que oferece uma variedade crescente de opções para investidores.

Como é Calculado o Rendimento da Poupança?

O cálculo do rendimento da poupança é um aspecto crucial para entender sua viabilidade como opção de investimento. Desde 2012, com a implementação de novas regras, o rendimento da poupança no Brasil passou a depender diretamente da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia.

Existem duas situações distintas a serem consideradas no cálculo do rendimento:

  1. Quando a Taxa Selic é superior a 8,5% ao ano: Neste cenário, o rendimento da poupança é fixado em 0,5% ao mês mais a variação da Taxa Referencial (TR). Essa regra se aplica independentemente de flutuações na taxa Selic, desde que ela se mantenha acima do limite de 8,5%.
  2. Quando a Taxa Selic é igual ou inferior a 8,5% ao ano: Aqui, o rendimento da poupança é calculado como 70% da taxa Selic mais a TR. Este método de cálculo foi introduzido para evitar que a poupança se tornasse excessivamente atrativa em comparação com outras aplicações financeiras em um ambiente de juros baixos.

Além disso, é importante considerar o "aniversário da poupança". O rendimento é calculado e creditado mensalmente na data de aniversário do depósito (dia do mês em que o depósito foi feito). Se o saque ocorrer antes dessa data, o investidor perde o rendimento acumulado naquele mês.

A Taxa Referencial (TR), embora historicamente tenha sido um componente importante no cálculo do rendimento da poupança, tem tido um impacto menor nos últimos anos, muitas vezes sendo fixada em 0%.

A TR é calculada pelo Banco Central e se baseia nas taxas de juros dos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) emitidos pelas principais instituições financeiras do país.

Em 2023 a TR ao longo dos meses teve o seguinte valor:

DataVariação no PeríodoAcumulado 12 meses
01/20230,2081%1,78%
02/20230,083%1,87%
03/20230,2392%2,01%
04/20230,0821%2,04%
05/20230,2147%2,09%
06/20230,1799%2,12%
07/20230,1581%2,11%
08/20230,216%2,09%
09/20230,113%2,02%
10/20230,1056%1,98%
11/20230,0775%1,90%
12/20230069%1,76%

Rendimento de 1 Milhão de Reais na Poupança

Sem delongas, agora vamos passar ao que interessa. Quanto rendeu R$ 1 milhão, em 2023. Para esse cálculo usamos a Calculadora do Cidadão.

Para o período de 1 de janeiro até 30 de novembro 1 milhão de reais rendeu cerca de R$ 68 mil ao todo, ou cerca de 6,8 % ao ano.

Agora, se compararmos com o IPCA acumulado de 2023 vamos ver que a Poupança bateu o IPCA, que em 2023 está com um acumulado de 4% ao ano.

Mas será que a poupança foi o melhor investimento para se fazer em 2023 quando comparamos com outros investimentos de risco parecidos?

Para responder isso podemos olhar quanto renderia R$ 1 milhão investidos no CDI. Utilizando a Calculadora do Cidadão podemos ver que o retorno seria de quase R$ 120 mil, cerca de 12% ao ano. Ou seja, um rendimento bem maior que o da poupança.

Mas antes de ir tirar todo seu dinheiro da poupança e colocar no CDI é importante saber que os rendimentos se alteram ao longo dos períodos. É fundamental que antes de fazer qualquer investimento você saiba o máximo que puder sobre ele.

Nós temos um artigo que vai te ensinar tudo sobre investir em Renda Fixa. Você vai descobrir diversos outros investimentos que possuem um risco muito parecido com o da poupança e com rendimentos muito maiores.

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