Introdução
A Escola Austríaca de Economia é uma corrente de pensamento econômico que se baseia em princípios fundamentais para analisar e entender o funcionamento da economia de forma livre e não intervencionista.
Surgida no final do século XIX, a Escola Austríaca ganhou destaque ao longo do tempo, influenciando o pensamento econômico em diversas áreas. Neste artigo, vamos explorar o que é a Escola Austríaca, sua origem, seus defensores e suas principais ideias.
Tópicos:
- O que é Escola Austríaca?
- Quando surgiu a escola austríaca?
- O que defende a Escola Austríaca?
- Quem são os principais pensadores da escola clássica ou austríaca?
O que é Escola Austríaca?
A Escola Austríaca de Economia é uma corrente de pensamento econômico que se baseia em princípios fundamentais para analisar e compreender o funcionamento da economia.
Essa abordagem, desenvolvida por economistas como Carl Menger, Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, tem raízes na tradição liberal clássica e tem sido influente no campo da economia desde o final do século XIX.
A essência da Escola Austríaca reside em sua defesa de uma economia de livre mercado e na ênfase dada aos indivíduos e suas ações.
Ela considera que os indivíduos são os principais agentes econômicos e que suas decisões e interações voluntárias formam a base do sistema econômico.
Diferentemente de outras escolas de pensamento, a Escola Austríaca rejeita a ideia de planejamento centralizado e intervenção estatal na economia, argumentando que tais intervenções geram distorções e consequências indesejadas.
Um dos princípios fundamentais da Escola Austríaca é o subjetivismo na teoria do valor.
De acordo com essa visão, o valor de um bem é subjetivo e depende das preferências e necessidades individuais.
Em outras palavras, o valor não é intrínseco ao bem, mas sim atribuído por indivíduos com base em suas próprias avaliações e percepções.
Além disso, a Escola Austríaca enfatiza a importância da ação humana e do empreendedorismo na criação de riqueza.
Ela argumenta que os indivíduos agem com base em seus conhecimentos e informações limitados, e que são os empreendedores que, por meio de sua capacidade de perceber oportunidades de lucro, impulsionam o desenvolvimento econômico.
Dessa forma, a Escola Austríaca valoriza a liberdade individual e a criatividade empreendedora como motores da prosperidade econômica.
Outro conceito chave na Escola Austríaca é o ciclo econômico.
Essa teoria postula que intervenções governamentais na forma de expansão monetária e crédito artificialmente baixo levam a um desequilíbrio entre a poupança e o investimento, resultando em boom e bustos econômicos.
Segundo a Escola Austríaca, essas intervenções distorcem os sinais de mercado e criam falsas expectativas, levando a investimentos insustentáveis e, eventualmente, a graves crises econômicas.
A Escola Austríaca também aborda questões relacionadas à teoria monetária, à teoria do capital e à teoria do conhecimento.
Ela desafia suposições convencionais e promove uma compreensão mais profunda dos processos econômicos, buscando uma economia mais sólida e livre.
Quando surgiu a escola austríaca?
A Escola Austríaca de Economia teve suas origens no final do século XIX, na Áustria-Hungria.
Embora seu desenvolvimento tenha sido influenciado por uma série de pensadores e economistas ao longo do tempo, é comumente associada a três nomes-chave: Carl Menger, Eugen von Böhm-Bawerk e Friedrich von Wieser.
O marco inicial dessa escola de pensamento ocorreu com a publicação da obra "Princípios de Economia" (em alemão, "Grundsätze der Volkswirtschaftslehre") por Carl Menger, em 1871.
Menger, considerado o fundador da Escola Austríaca, introduziu uma abordagem revolucionária ao estudo da economia. Sua obra enfatizava a teoria do valor subjetivo, destacando que o valor de um bem não era determinado por suas características intrínsecas, mas sim pela utilidade subjetiva que os indivíduos atribuíam a ele.
Após Menger, Eugen von Böhm-Bawerk trouxe contribuições significativas para a Escola Austríaca, especialmente em relação à teoria do capital e à teoria do juro.
Sua obra "Teoria Positiva do Capital" (em alemão, "Positive Theorie des Kapitals"), publicada entre 1888 e 1889, abordou a natureza e a importância do capital na economia, desafiando conceitos estabelecidos na época.
Durante o início do século XX, a Escola Austríaca continuou a se desenvolver e atrair outros pensadores proeminentes.
Destacam-se nomes como Ludwig von Mises, um dos mais conhecidos representantes da Escola Austríaca, que avançou em áreas como teoria monetária, teoria do ciclo econômico e crítica ao socialismo.
Friedrich Hayek, outro economista austríaco renomado, contribuiu com ideias sobre a ordem espontânea, o papel do conhecimento disperso e a importância dos mercados livres na coordenação da atividade econômica.
A Escola Austríaca, apesar de ter suas origens na Áustria-Hungria, expandiu-se e ganhou influência em outros países ao longo do século XX. Suas ideias foram disseminadas por meio de publicações acadêmicas, como revistas e livros, além da atuação de seus representantes em universidades e instituições de pesquisa econômica.
O que defende a Escola Austríaca?
A Escola Austríaca de Economia defende uma série de princípios fundamentais que moldam sua abordagem em relação ao funcionamento da economia.
Esses princípios, que foram desenvolvidos ao longo do tempo por diferentes pensadores da escola, oferecem uma visão distinta e crítica em relação às políticas econômicas intervencionistas e ao planejamento centralizado. Aqui estão alguns dos aspectos centrais defendidos pela Escola Austríaca:
Livre mercado e ordem espontânea
A Escola Austríaca valoriza o livre mercado como um sistema eficiente de coordenação econômica. Ela argumenta que a interação voluntária entre indivíduos, através de transações comerciais e contratos, leva à formação de uma ordem espontânea que é mais eficiente do que qualquer planejamento centralizado.
Propriedade privada e direitos individuais
A Escola Austríaca enfatiza a importância da propriedade privada como um direito fundamental dos indivíduos. Ela considera que a proteção dos direitos de propriedade é essencial para garantir a liberdade individual e o funcionamento adequado do mercado.
Subjetivismo e teoria do valor
A Escola Austríaca adota uma abordagem subjetiva em relação à teoria do valor. Ela sustenta que o valor de um bem é determinado pelas preferências e avaliações subjetivas dos indivíduos. O valor não é inerente ao bem em si, mas sim atribuído pelos sujeitos econômicos com base em sua utilidade pessoal.
Ação humana e empreendedorismo
A Escola Austríaca valoriza a ação humana como o motor da atividade econômica. Ela destaca o papel do empreendedorismo e da iniciativa individual na descoberta de oportunidades de lucro, na inovação e no crescimento econômico.
Os empreendedores são vistos como agentes responsáveis por coordenar recursos escassos de forma eficiente e criar valor para a sociedade.
Teoria monetária
A Escola Austríaca possui uma teoria monetária baseada na compreensão dos efeitos da oferta monetária e das políticas monetárias.
Ela alerta para os perigos da expansão artificial do crédito e da criação excessiva de moeda, que podem levar a distorções e desequilíbrios econômicos, como inflação e ciclos econômicos.
Crítica ao intervencionismo estatal
A Escola Austríaca é crítica em relação à intervenção estatal na economia.
Ela argumenta que as políticas intervencionistas, como regulamentações excessivas, controles de preços e planejamento centralizado, tendem a distorcer os sinais de mercado, inibir a liberdade individual e gerar consequências não intencionais negativas.
Crítica ao socialismo
A Escola Austríaca oferece uma crítica abrangente ao socialismo e ao planejamento centralizado da economia. Ela argumenta que a alocação centralizada de recursos não pode substituir a eficiência do sistema de preços e da iniciativa privada.
Defende que os mercados livres e a propriedade privada são essenciais para o desenvolvimento econômico e a liberdade individual.
Esses são apenas alguns dos princípios e posições fundamentais defendidos pela Escola Austríaca. Sua abordagem procura enfatizar a importância do indivíduo, da liberdade econômica e do mercado livre como bases para um sistema econômico mais eficiente e próspero.
Quem são os principais pensadores da escola clássica ou austríaca?
A Escola Austríaca de Economia é conhecida por ter um grupo diversificado de pensadores e economistas que contribuíram para o desenvolvimento e a difusão dessa corrente de pensamento ao longo do tempo. Aqui estão alguns dos principais nomes associados à Escola Austríaca:
Carl Menger
Considerado o fundador da Escola Austríaca, Carl Menger foi um economista austríaco do século XIX. Sua obra "Princípios de Economia" (1871) introduziu a teoria do valor subjetivo, que se tornou um dos pilares da Escola Austríaca. Menger enfatizou a importância das ações individuais e da utilidade subjetiva na determinação do valor dos bens.
Ludwig von Mises
Ludwig von Mises é um dos economistas austríacos mais proeminentes e influentes do século XX. Sua obra abrange uma ampla variedade de temas, incluindo teoria monetária, ciclos econômicos, socialismo e teoria do conhecimento. Mises é conhecido por suas contribuições à teoria do cálculo econômico e sua defesa fervorosa do livre mercado.
Friedrich Hayek
Friedrich Hayek é outro economista austríaco de destaque, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1974. Ele é conhecido por suas contribuições à teoria dos ciclos econômicos, à teoria do conhecimento e à defesa da liberdade individual. Hayek enfatizou a importância da ordem espontânea e do mercado livre como mecanismos eficientes de coordenação econômica.
Eugen von Böhm-Bawerk
Böhm-Bawerk foi um economista austríaco que fez contribuições significativas para a teoria do capital e da juros. Sua obra "Teoria Positiva do Capital" (1888-1889) abordou a natureza do capital, a relação entre poupança e investimento, e a origem do juro. Suas ideias influenciaram profundamente a Escola Austríaca e o campo da economia em geral.
Murray Rothbard
Murray Rothbard foi um economista e teórico político americano que fez contribuições importantes para a Escola Austríaca.
Ele expandiu as ideias de Mises e Hayek em áreas como teoria bancária, ética e filosofia política. Rothbard é conhecido por sua defesa do anarco-capitalismo e sua visão radical em relação ao papel do Estado na sociedade.