Diário de Omaha

Como os Seguros Moldaram a Economia Moderna - Diário de Omaha 57

20min de leitura

Guilherme Cruz

Guilherme Cruz

Analista de Indústria

Como os Seguros Moldaram a Economia Moderna

Por Guilherme Cruz

Introdução

Se você possui algo de valor, seja um celular, um carro ou uma casa, por exemplo, é claro que você não vai querer que essa coisa estrague, muito menos que você a perca. Se algo de ruim acontecer com ela, você vai querer ter uma forma de recuperar essa “coisa” o quanto antes.

Essa é, possivelmente, a faceta do mercado de seguros mais conhecida por todo mundo. Você faz o seguro do seu carro. Se ele for roubado, a seguradora te “devolve” o valor que você precisaria pra comprar outro similar.

Entretanto, esse algo de valor não precisa necessariamente ser um bem material.

Sua saúde, sua capacidade de trabalhar e, em última instância, sua própria vida são o que você tem de mais valioso, além, claro, do bem-estar da sua família.

Embora esses não sejam elementos possíveis de serem substituídos ou recuperados, há ainda uma forma de deixar essa “perda” de alguma forma menos impactante para você ou para os seus familiares.

O seguro de vida, por exemplo, garante um valor, em caso de invalidez ou morte, à família do segurado. O prestamista faz o pagamento de um empréstimo feito pelo segurado, evitando assim que a dívida seja transferida para alguém da sua família também em caso de invalidez ou morte.

É fácil perceber a importância que os seguros têm no nosso dia a dia.

Porém, pra gente entender como o mercado de seguros realmente funciona hoje e termos uma melhor perspectiva do que ele pode se tornar no futuro, vamos fazer uma viagem no tempo e ver como ele surgiu e se desenvolveu.

Parte I - Mutualismo

Dá pra se dizer que os princípios que fundamentam um seguro são mais antigos até que o próprio ser humano.

Em certo sentido, o que fundamenta um seguro é algo que, instintivamente, até os animais usam: o compartilhamento de riscos. Isso é facilmente observado na natureza, já que várias espécies vivem em grupos. Um indivíduo que, por algum motivo, se isola tem maior probabilidade de se expor a riscos. Em outras palavras, ele diminui sua chance de sobrevivência.

Com o ser humano não é diferente. Desde os primórdios, a humanidade se organiza em grupos. Tribos e clãs buscavam a segurança de seus membros, de forma que nenhum deles precisasse enfrentar os riscos naturais sozinho.

Em todas as épocas da humanidade existiram organizações, de diferentes níveis de complexidade, criadas para a proteção dos seus integrantes e dos seus pertences.

Há registros de que, no ano de 2.300 a.C., na Babilônia, os cameleiros que atravessavam o deserto em caravanas criaram mecanismos pra se prevenir dos riscos inerentes à viagem. Eles faziam uma cotização de recursos, ou seja, repartiam as necessidades entre os seus membros, de forma que, caso ocorresse a morte ou desaparecimento de animais, eles teriam como entregar outro animal ao membro prejudicado.

Na Mesopotâmia, em 2.250 a.C, os comerciantes distribuíam as cargas de diferentes mercadores em diferentes animais, de maneira que se alguma se perdesse no caminho o prejuízo seria dividido por todos.

Em 1.600 a.C. os fenícios faziam acordos para a reposição de barcos perdidos e criaram fundos de reserva, se preparando assim para perdas futuras.

Foi justamente por conta das embarcações que o seguro, como modelo de negócios que conhecemos hoje, se originou.

Na época das grandes navegações, muitos comerciantes investiam tudo o que tinham no carregamento de suas embarcações.

Se a maré estivesse brava, o barco podia ir pro brejo e o comerciante ficaria a ver navios. Pra lidar com esse risco, mas na verdade com qualquer tipo de risco, existiam 4 opções:

1 - Evitar o risco: ou seja, não navegar.

2 - Enfrentar o risco: que é o que os marinheiros faziam indo pro mar.

3 - Prevenir o risco: usando mapas, bússolas, outros instrumentos e toda a técnica que possuíam.

Mas, ainda assim, isso não era capaz de eliminar os efeitos dos eventuais naufrágios. Era preciso algo mais.

Por último, vem a opção lá da antiguidade.

Eles tiveram a ideia de se agrupar e distribuir (4) entre si o risco para minimizar as perdas. Esse é o conceito do Mutualismo.

O mutualismo nada mais é do que uma associação que busca suportar coletivamente as perdas de eventos individuais, em vez de deixar um indivíduo sofrendo isoladamente todas as consequências.

Pensando assim, os navegadores se uniram e decidiram dividir mutuamente os eventuais prejuízos.

Mas aí surgiu um problema: como calcular os possíveis prejuízos?

Parte II - Probabilidade

Entra em cena outro conceito importante: a Probabilidade.

Por meio da observação estatística, ou seja, analisando um grande número de episódios similares, é possível estimar a frequência com que um fenômeno ocorre.

Partindo dessa ideia, os navegantes conseguiram chegar a um valor que representasse a frequência com que ocorriam os naufrágios em uma região, usando uma equação simples.

Cada um pagaria o valor do barco mais o valor da carga, multiplicado pelo número de naufrágios e, por fim, dividido pelo número de participantes.

Essa é a fórmula do preço do seguro contra naufrágio, mas na prática é a mesma ideia para todos os outros seguros. Em termos técnicos, esse preço do seguro é chamado de prêmio estatístico.

Se a cada cem navios um afundasse, o prêmio estatístico pago por todos os 100 ajudaria a repor as perdas do que naufragou.

Com esses conceitos fundamentais, como o mutualismo e a probabilidade, a gente pode entender o que talvez seja a mais sintética e ao mesmo tempo precisa definição do seguro: ele é a compensação dos efeitos do acaso pela mutualidade organizada segundo as leis da estatística.

Essa definição foi dada em 1884, por Albert Chaufton, um jurista francês.

Mas claro, os comerciantes perceberam o que a gente já sabe: o seguro não acaba com o risco. Os naufrágios continuam ocorrendo, porém o seguro ajuda a repor uma perda eventual. Ele é, assim, a melhor maneira de distribuir os riscos e minimizá-los.

Só que o sistema dos navegadores ficava mais e mais complexo. Às vezes ocorriam mais naufrágios do que os esperados. Outra complicação era como analisar barcos de valores diferentes com cargas diversas. Além de realizar todos os cálculos, guardar e aplicar o dinheiro arrecadado, selecionar os barqueiros, avaliar os barcos e as cargas, era preciso vistoriar e analisar cada naufrágio, calcular e reforçar os prejuízos e atrair mais participantes. Ou seja, comercializar o seguro. E mais que tudo isso, eles tinham também que navegar, afinal eles eram marinheiros, mas estavam se afogando em números.

Com o aumento da complexidade, novos profissionais e instituições foram surgindo, como os corretores e as seguradoras, garantindo maior eficiência ao processo.

Mas a criação dos seguros como modelo de negócio que a gente conhece hoje não se deve apenas às navegações, assim como muito provavelmente várias outras grandes invenções da humanidade. Um componente crucial para isso foi o bom e velho café.

O café começou a ser importado no Reino Unido em 1.652 e rapidamente se tornou uma bebida da moda. Depois da tragédia conhecida como o Grande Incêndio de Londres, em 1.666, uma grande parte da cidade foi afetada. Estima-se que cerca de 13.200 casas, 87 igrejas e 44 prédios públicos foram destruídos.

Durante a reconstrução da cidade, as cafeterias se tornaram lugares onde as pessoas podiam se encontrar pra fazer negócios, e assim o comércio voltou a se desenvolver novamente.

Havia perto do Rio Tâmisa, uma taberna chamada Lloyd’s Coffee House, popular entre os donos de navios e capitães que voltavam de suas viagens ao exterior. Com o tempo o local ganhou reputação por dar notícias sobre as embarcações e ficou conhecido como o principal point para quem queria obter um seguro marítimo.

O Lloyd’s Coffee House começou a publicar diariamente uma lista, informando a chegada e saída de navios, a carga a bordo de cada navio, onde as frotas do país estavam operando e o local onde se sabia que piratas estavam ativos. A 1ª edição do Lloyd’s List saiu em 1734 e é hoje um dos jornais mais antigos do mundo ainda em circulação.

O local deu origem não só ao jornal, mas também ao maior mercado de seguros do mundo ainda em operação, que ficou conhecido como Lloyd’s London.

As primeiras apólices de seguro não-marítmos foram aparecer por volta de 1877. Um dos subscritores da Lloyds (subscritor é quem faz a análise do risco e das condições de cobertura e preço de um seguro), chamado Cuthbert Heath, foi quem escreveu as primeiras apólices contra roubo, furacões e terremotos e, anos depois, ainda se tornou uma figura chave no início dos seguros de aviação.

A primeira apólice de seguro para um carro foi feita em 1904. Embora o carro a motor tenha sido inventado em 1885, até aquela época não havia ainda orientações para os seguros de veículos. Como os subscritores da Lloyd’s estavam acostumados a lidar com apólices marítimas, os documentos do seguro descreveram o carro como um “barco navegando pela terra”.

Em 1906 um terremoto estrondoso (8,25 na escala Richter) abalou San Francisco. Ele desencadeou uma série de incêndios incontroláveis, que duraram três dias, levando milhares vidas e deixando metade da população desabrigada.

O ônus das perdas recaiu sobre a indústria, e como um dos principais subscritores para terremotos do Lloyd's na época, Cuthbert Heath enfrentou uma conta enorme. Heath instruiu seu agente de São Francisco a “pagar todos os nossos segurados na íntegra, independentemente dos termos de suas apólices”. O terremoto acabou custando a Lloyd's mais de £40 milhões (mais de £792 milhões na moeda de hoje). As consequências do desastre serviram de base para várias práticas da construção civil, assim como da modelagem de risco moderna.

Em janeiro de 1912, o corretor Willis Faber foi até a Lloyd’s para fazer o seguro do Titanic e do seu navio irmão, o Olympic. O navio foi assegurado por 1 milhão de libras esterlinas, o que correspondia a cerca de 20% de todo o mercado de seguros da época. Como a cobertura do navio, considerado inafundável, era um grande prestígio, a apólice foi aceita por todos os subscritores da Lloyd’s e pela maioria das companhias de seguro marítimo de Londres.

No dia 14 de abril daquele ano, o Titanic colidiu com um iceberg e afundou nas águas geladas do Atlântico Norte. Mais da metade dos passageiros e da equipe de bordo morreram. Apesar do alto índice de sinistralidade decorrente da tragédia (20% da renda com prêmio da Lloyd's daquele ano), as seguradoras ressarciram integralmente todos os segurados, em 30 dias.

A indústria de seguros e o mundo continuaram evoluindo a passos largos. Em 1965 a primeira apólice espacial foi emitida para o satélite Intelsat, o primeiro a estabelecer contato direto e quase instantâneo entre a América do Norte e a Europa, fornecendo transmissões por televisão, telefone e fax.  Entre 1974 e 1982, o mercado passaria a subscrever outros satélites por até US$ 100 milhões cada.

Hoje, os seguros continuam a desempenhar um papel crucial ao permitir o lançamento de satélites ao redor do mundo. A cada ano, subscritores especializados na área espacial fornecem a governos, empresas de telecomunicações e institutos de pesquisa, proteções avaliadas em mais de US$ 7 bilhões.

Conclusão

Seja no mar, na terra, no céu ou até mesmo no espaço, o seguro passou a se aplicar aos mais diferentes campos do conhecimento humano. A partir daí, surgiu um dos mercados mais multidisciplinares que existem, já que muitos outros profissionais são necessários para analisar a probabilidade de cada evento, gerenciar os recursos e, enfim, trabalhar nas mais diferentes áreas seguradas. —

Por conta disso, o setor de seguros funciona como um termômetro da economia moderna. Se os seguros marítimos aumentam, isso é um reflexo da expansão das transações comerciais. Por outro lado, se os seguros de vida crescem, isso pode significar um período de maior incerteza e crise.

No final das contas, o papel dos seguros é claro: com a cobertura dos riscos garantida, os empresários podem investir mais capital em seus empreendimentos, estimulando assim o desenvolvimento econômico.

Independente da época em que estivermos, haverá algo de valor que precisa ser segurado. Essa é a mais clara demonstração de como o setor é perene.

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O Caminho das Índias

Por @Saulo Pereira

A Índia é um dos principais países do mundo. Aqui no Brasil é conhecida não só por ser a razão que fez Cristóvão Colombo chegar nas Américas, mas também pela novela da Globo: Caminho das Índias. Com uma população de quase 1,5 bilhões de habitantes e um PIB de $3 trilhões, a Índia está seguindo na direção de se tornar uma superpotência do mundo. É claro, para isso ela vai ter que superar alguns obstáculos que estão limitando o seu crescimento, e é sobre isso que vamos falar hoje.

A Índia tem uma história que começa junto com as primeiras civilizações, há muitos anos antes de Cristo. Mas foi só nos de 1600 que os ingleses começaram a controlar indiretamente a região, através da Companhia Britânica das Índias Orientais. Depois de cerca de 250 anos diversos indianos se rebelaram contra a Companhia. Por este motivo a Coroa britânica teve que intervir e passou a controlar diretamente o território.

Mesmo sendo uma colônia do Reino Unido, foi durante a primeira metade do século XIX que as primeiras indústrias e fábricas indianas surgiram. O crescimento delas foi bastante limitado, já que os britânicos dificultavam o desenvolvimento do capitalismo na região. Com a independência em 1947, o novo governo indiano decidiu fazer aquilo que todo governo faz: planejar o crescimento do país.

A estratégia era que o desenvolvimento econômico viesse através de planos quinquenais. Basicamente, a Índia queria também produzir produtos de maior valor agregado. No início este plano fez o país crescer de forma bastante limitada. O boom só veio a acontecer na década de 1990, quando o governo decidiu começar a liberalizar a economia.

Em 2019 a Índia estava com um PIB quase 20 vezes maior que em 1961. Todo esse crescimento se deve principalmente por conta da indústria farmacêutica. Atualmente, a Índia é um dos poucos países do mundo que produz todos os insumos necessários. Segundo o Ministério do Comércio da Índia, o país é responsável por fornecer 50% da demanda global do país.

A Índia também é uma das maiores fabricantes de aço do mundo. Isso se deve principalmente pela sua mão de obra barata,  que atrai muitas indústrias e torna seu produto bastante competitivo no mercado internacional.

Além disso, o setor de tecnologia também contribuiu bastante para o desenvolvimento do país. Sendo hoje um dos principais do mundo. A Índia atualmente domina mais da metade do mercado mundial de TI. Não é à toa que em diversos filmes a personagem do suporte técnico é uma pessoa indiana. Eles também planejam colocar um veículo na Lua nos próximos anos. Em toda história apenas 3 países fizeram isso: EUA, União Soviética e China.

Apesar do Estado estar sempre no meio desse desenvolvimento indiano, vale ressaltar que eles interferiram poucas vezes nas indústrias privadas do país após a década de 1990. Essa baixa interferência estatal após os anos 1990 fez a pobreza cair para 5% em 2018.

Mais recentemente, em 2020, o maior acordo comercial do mundo foi assinado, mas a Índia decidiu ficar de fora. A Parceria Econômica Regional Abrangente reúne a China e outros 14 países e é responsável por 30% do PIB mundial. O medo da Índia foi que as empresas chinesas praticassem dumping em seu país, o que resultaria na falência de diversas empresas indianas.

A China e a Índia possuem duas grandes vantagens em relação a muitos outros países: ambos possuem as maiores populações do mundo  e, além disso, com o desenvolvimento tecnológico, eles têm os principais meios para um grande crescimento em relação a outros países. Porém, na disputa entre Índia e China, os indianos estão com muito mais perspectiva de manter um alto crescimento no longo prazo do que os chineses.

Muitos especialistas acreditam que nas próximas décadas a Índia irá superar a China, e há diversos bons argumentos para acreditarem nisso. Segundo as Nações Unidas, a população indiana deverá ultrapassar a chinesa ainda em 2023. Além disso, a média de idade da população indiana é de 28 anos e a da China de 38. Isso significa que com o passar dos anos mais pessoas economicamente ativas estarão na Índia e não na China.

Por outro lado, o principal problema da Índia atualmente é sua infraestrutura precária. Diferentemente da China, a população indiana cresceu de forma bastante desordenada, sem nenhum planejamento de urbanização.

Atualmente, o foco do governo indiano é no investimento dos chamados “corredores industriais”, que busca ligar as principais cidades do país e depois conectar outras cidades importantes.

Para você ter noção, o governo indiano planeja gastar $1,4 trilhão nos próximos 5 anos. Os EUA, em comparação, planejam gastar $1 trilhão na próxima década em infraestrutura.

A ideia é que a produtividade indiana aumente e os custos de logística sejam reduzidos. A perspectiva é que 50% da população esteja vivendo em áreas urbanas em 2050, em comparação com 31%, em 2011.

Outros dois fatores que favorecem a Índia é o fato dela ser uma democracia e, historicamente, as democracias têm um crescimento econômico mais estável do que as ditaduras, onde a pessoa que está no comando pode simplesmente tomar uma decisão que ninguém estava prevendo.

O segundo fator vantajoso para a Índia é que 10% da população fala inglês, sendo a segunda maior população falante do idioma. Isso é crucial para um mundo onde praticamente qualquer negócio tem o inglês como o  principal idioma de comunicação.

Até 2030 a Índia já terá superado o Japão e a Alemanha economicamente. Nos próximos 10 anos é esperado que o PIB da Índia dobre com todo o aumento de produtividade e investimentos. Os indianos estão bastante otimistas e esperam se tornar a nova superpotência nos próximos 25 anos.

O ”Caminho das Índias” pode ser bastante longo, mas é bom a China se preparar para quando os indianos estiverem chegando no seu nível.

🏡 Cantinho do Sr. Barriga

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😎Fala Dudu!

Sua carta sátira semanal do gestor do primeiro hedge fund de Niterói

Por @dudufromniteroi

Duduzinho da Páscoa, o que trazes pra mim? 1 trade, 2 trades, 10 trades assim. Enquanto meus estagiários aprendem a treidar, bora pras notícias da semana passada?

ME LIGA - Pois é, meus sobrinhos, a mamata acabou! Chegou a notícia que ninguém queria dar. Ontem entrou em vigor um reajuste de 5,5% no preço para o envio de cartas e telegramas. A última vez que um telegrama estava em alta, o Exaltasamba nem pensava em colocar o Thiaguinho no grupo pra cantar sobre este tema.

NO BRASIL, EU FAÇO UM BICO - Mas o aumento do preço do telegrama é uma boa notícia! Por conta da nova regra do arcabouço fiscal, anunciada na semana passada, o governo precisa arrecadar mais R$ 150 bilhões de reais pra fazer dar certo.

É bem fácil de explicar a ideia por trás: arcabouço fiscal é tipo quando você vai arrumar as contas de casa e vê o que tá gastando de forma irresponsável, pra cortar. No caso do governo, foi proposto que não haverá cortes bruscos nem aumento de impostos. Como eles vão fazer então? Arrumando dinheiro de onde eles já poderiam tirar, mas não tiram (ou seja, cobrar de quem não paga).

Assim, as novas receitas pra esse arcabouço fiscal são como quando o brasileiro faz alguns bicos pra completar a sua renda (lembrando que essa frase é válida apenas pra território nacional).

Um exemplo é taxar os sites de compra chineses, que fazem um mega migué pra não pagar impostos. É tipo quando você já faz uma sobremesa boa e resolve vender bolo no pote.

Outro exemplo é taxar as apostas esportivas, que movimentam bilhões de reais (e manipulações de jogos) e não pagam nada de impostos. Uma sacanagem tão grande assim é tipo quando você desiste do bolo no pote e abre um OnlyFans (tem pack do meu pé, porém cobro caro).

Enfim, pra resumir, o governo vai precisar que a Shein venda muita “brusinha”, a Shopee muita “trenheira”, que mais bestas percam nas Casas de Aposta (manipulações são opcionais) e que a gente largue o zap e volte à nossa velha arte epistolar.

ACABOU O AMOR - A semana foi péssima para o cidadão normal como réu primário e um ótimo dia para o seu influencer que dá péssimas dicas de carreira. O STF derrubou a prisão especial para quem tem curso superior, que era o principal motivo para passar 5 anos de perrengue.

Lembrando que essa decisão vale apenas para cidadãos de bem, já que advogados ainda têm direito à cela especial (tá na hora de tirar sua OAB, hein?). Por conta disso, todas as ações do segmento educacional estavam em baixa na segunda-feira (3). Claramente não era por conta das gestões fracas e um clima macro hostil. Agradeça ao Alexandre.

COSPLAY DO TERCEIRO MUNDO - Por fim, uma bem interessante. Cara que se passava por brasileiro é acusado pelo FBI de ser um espião russo e ter morado nos EUA por 5 anos. Sergey Cherkasov tinha um passaporte brasileiro e usava o nome de Victor Muller Ferreira.

Bem, se ele se passava por brasileiro ilegalmente nos EUA, provavelmente apoiava o Bolsonaro à distância, reclamava do Brasil, abriu uma empresa, trabalhava em emprego de menor qualificação, buscava casar com uma americana pelo green card e tomava esculacho de gringo. Aparentemente ele só foi pego porque falava inglês perfeitamente. Triste fim.

E foi isso, meus bebês. Um beijo e até semana que vem!

⏳ Atemporalidades

Leia agora, leve pra vida.

“Algumas pessoas ficam ricas estudando inteligência artificial. Eu ganho dinheiro estudando a estupidez natural” — Carl Icahn

“Tudo é interessante se você se aprofundar o suficiente” — Richard Feynman.

Por hoje é só pessoal 🤙

Bebam café, se hidratem e façam seguros.

Boa semana e bons negócios!

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