Recentemente a S&P global divulgou um relatório com o desempenho dos fundos mútuos de gestão ativa em alguns países e entre eles estava o Brasil.
Esse desempenho é observado comparando os fundos com seus benchmarks (caso você ainda não saiba) em várias janelas de tempo.
O resultado desse estudo nos mostra a rentabilidade desses fundos, quais deles sobreviveram e a taxa de dispersão desses fundos.
O ano de 2022 foi um ano desafiador para os fundos de investimento, com as altas taxas de juros por todo o mundo e a aversão ao risco o fundos tiveram que suar a camisa pra ter bons retornos e reduzir as taxas de resgates.
Renda Variável
Os fundos de títulos de dívida por aqui tiveram um desempenho melhor que o benchmark na maioria dos caso, 70% dos títulos de dívida privada superaram seus benchmarks, os de dívida pública foram 45%, isso considerando apenas o ano de 2022.
Já nos fundos de Small Caps ou Mid Caps, metade deles não conseguiu superar o benchmark em 2022.
Os fundos que investem nas maiores empresas foram os piores em desempenho em 2022, mais de 80% não superaram o benchmark.
No geral, mais de 60% dos fundos no Brasil perderam pro benchmark em 2022
Quando olhamos num horizonte maior de tempo, a coisa fica pior pros fundos, em 10 anos, apenas 10% do fundos superam o índice de benchmark.
E pra gente ter ideia de como o benchmark vamos dar uma olhada neles.
O S&P Brazil BMI é um índice amplo que define e mede o universo das empresas large cap, mid cap e small cap negociadas em bolsa e domiciliadas no Brasil, mas que estão legalmente disponíveis para investidores estrangeiros.
Em 2022, o S&P Brazil BMI fechou com 0,07% de rentabilidade.
O desempenho das maiores empresas, as chamadas Large Caps, é medido pelo S&P Brazil LargeCap, esse índice fechou 2022 com -5,38%, que ainda ficou acima do índice que mede o desempenho das empresas de médio e pequeno porte, o S&P Brazil MidSmallCap fechou o ano com -10,70%.
No quadro abaixo conseguimos ver com mais clareza as informações.
Benchmark | Rentabilidade 2022 | % de Fundos que perderam para o Benchmark |
---|---|---|
S&P Brazil BMI | 0,07% | 61,06% |
S&P Brazil LargeCap | -5,38% | 81,21% |
S&P Brazil MidSmallCap | -10,70% | 50,40% |
Quando falamos de Renda Fixa, o cenário foi um pouco melhor para os fundos, menos da metade deles tiveram um desempenho inferior aos seus benchmarks no ano passado.
Mas olhando no longo prazo a situação dá uma mudada. Considerando um prazo de 10 anos, 93% dos fundos de renda fixa, tanto de dívida corporativa quanto os de dívidas públicas, não superaram seus benchmarks no período.
E se escolhermos as melhores ações do índice benchmark, o S&P Brazil BMI?
Bom, selecionar as ações individualmente foi uma tarefa difícil por aqui, apenas 38% das ações que fazem parte do índice o superaram.
Esse estudo não se trata de recomendação de investimentos ou de recomendação de não investimento, se trata apenas de um artigo mostrando como os fundos se saíram em 2022 e como se saíram em períodos de tempo nos últimos 10 anos.
Espero que tenham gostado e nos vemos no próximo artigo.