O que é o Modelo de Gordon?
Em 1956 a dupla Myron Gordon e Eli Shapiro criaram um modelo de crescimento perpétuo para precificar as ações de uma empresa e esse modelo se baseia num cálculo utilizando os dividendos, uma taxa de crescimento e uma taxa de desconto.
Eles acreditavam que o valor de uma ação pode ser definido pela expectativa de dividendos descontado uma taxa de crescimento desses dividendos, usando um pouco de especulação também.
Quando uma empresa abre seu capital, ela separa seu patrimônio em pequenas fatias, e essas fatias são as ações.
Já os dividendos são a parte do lucro que essa empresa obteve e que foi distribuído para os acionistas portadores das ações da empresa, proporcionalmente.
O modelo de Gordon é um modelo mais simples que o Fluxo de Caixa Descontado para realizar a valoração das ações de uma empresa.
Como funciona o Modelo de Gordon?
No modelo de Gordon temos uma fórmula específica, mostraremos abaixo:
Po = D1 / (k -g)
Onde,
Po é o preço teórico da ação;
D1 é o dividendo projetado para o próximo ano/
k é o retorno esperado pelo acionista;
g é a taxa de crescimento esperada dos dividendos.
Para facilitar o entendimento podemos fazer um pequeno exercício.
Suponha que tenhamos a empresa WXYZ3 para analisar através do Modelo de Gordon, podemos projetar um dividendo para o próximo ano de R$1,00, também esperamos um retorno de pelo menos 10% e esperamos uma taxa de crescimento dos dividendos na casa dos 2%.
Ao colocar os valores na fórmula temos:
D1 = R$1,00
k = 10%
g = 2%
P = R$1,00/(10%-2%)
P = R$1,00/0,08
P = R$12,50
Sendo assim, pelo Modelo de Gordon, o valor teoricamente justo para a ação é R$12,50
O Modelo de Gordon é muito utilizado em empresas já consolidadas e num grau de maturação mais avançado, pois são empresas mais previsíveis. Quanto mais tempo gerando valor, menos difícil será projetar os dados necessários.
Riscos de utilizar o Modelo de Gordon
Como tudo na vida, o Modelo de Gordon também possui riscos, e a especulação pode ser o maior deles.
Ao estimar o valor de um dividendo mais alto pode comprometer o cálculo, já que essa estimativa do futuro pode não levar em consideração possíveis cenários econômicos ruins para o setor da empresa ou para o mercado como um todo.
Estimar a taxa de crescimento de dividendos pode ser um problema também visto que a companhia pode decidir investir seu lucro em algum projeto especial. Lembrando que se a taxa de crescimento for maior que a taxa de retorno esperado o resultado será negativo.