Saúde

Como a Lava Jato afetou o mercado financeiro?

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Saulo Pereira

Saulo Pereira

Redator

A lava jato chacoalhou o Brasil. Começando com uma investigação sobre a corrupção na Petrobras, em 2014. Ela se tornou a maior operação contra a corrupção na história do Brasil.

Ao todo, foram mais de 75 fases atingindo empresários, políticos poderosos e conglomerados financeiros. A lista dos políticos que tiveram seus nomes ligados à lava jato é enorme. Vai desde deputados e senadores muito famosos até ex-ministros, governadores e até ex-presidente da República.

Ao mesmo tempo que este gigantesco esquema de corrupção estava sendo revelado, o Brasil sofria a pior crise econômica da história do país. PIB havia caído quase 7% entre 2014 e 2016, o desemprego saído de 7,2 para 12,8%, e o dólar que alguns anos antes estava na casa dos R$2,00 subiu até os R$ 4,00.

Como consequência, a inflação explodiu e passou dos 10% em 2015. Para deixar a população ainda mais revoltada o governo estava gastando rios de dinheiro com grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio 2016

Durante tudo isso, a Presidente da época, Dilma Rousseff, sofreu um processo de impeachment. O Vice-Presidente que assumiu, também foi preso depois que terminou o mandato da antecessora. Ninguém se salvou.

Como o mercado financeiro foi afetado?

Como quase tudo nessa vida, os corruptos precisam receber algo de alguém para se tornarem corruptos. Aí que entram os corruptores. Para você ideia, a lista de empresas que pagavam propina para se dar bem é extensa: Odebrecht, OAS, Camargo Correia e Andrade Gutierrez. Essas são só algumas.

Todas essas construtoras pagaram milhões e milhões de reais em propinas para conseguirem contratos junto ao governo e as estatais como a Petrobras. Teve também empresa listada em bolsa que estava nesse meio também, o nome dela é Hypera. Pra quem não conhece, a Hypera é um dos maiores Laboratórios farmacêuticos do Brasil.

A história da Hypera

A Hypera foi fundada em 2001 depois que João Alves de Queiroz Filho vendeu o Arisco por $760 milhões para Best Foods.

Após isso, ele decidiu empreender em uma tacada bem ambiciosa: criar um conglomerado de marcas. Para isso ele comprou a marca de Esponja de Aço, a Assolan, e começou a investir muito em marketing para aumentar as vendas. A estratégia deu muito certo e Júnior passou a usar a mesma tática repetidamente comprava marcas investir rios de dinheiro em marketing para dar um up nas vendas.

Com o passar do tempo a empresa foi mudando o seu foco para o mercado farmacêutico e hoje briga pela liderança do setor aqui no Brasil. Hoje ela responsável por diversas outras marcas, Buscopan e Neo Química.

A história da Hypera com a Lava-Jato, começou em 2016 quando o então diretor de relações institucionais, Nelson Melo, fez um acordo de delação premiada. Nessa delação, Nelson afirmou ter pagou R$30 milhões em propina em nome da empresa, que na época tinha outro nome, Hypermarcas.

Segundo Nelson, esses R$30 milhões foram distribuídos para políticos do então PMDB, incluindo vários pesos pesados da política nacional como Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Romero Jucá. Nelson também disse que a empresa fez vários pagamentos entre 2008 e 2013, totalizando R$1,5 milhão para JD Consultoria, uma empresa do ex-ministro José Dirceu.

A defesa da Hypermarcas alegou que o objeto dos pagamentos foram análises mensais sobre o cenário político e econômico brasileiro. Obviamente isso não pegou bem no mercado. Em 2018 a Hypermarca resolveu mudar o nome para Hypera, a justificativa oficial foi que o novo nome destaca o foco total da empresa no mercado farmacêutico.

Novamente, essa desculpa não colou. Para muita gente essa mudança tinha o objetivo de desvincular totalmente a imagem da empresa da Lava-Jato. O problema foi que logo depois que a empresa mudou de nome a Policia Federal realizou mais uma fase da operação e bateu na porta da Hypera.

Dessa vez, as buscas foram na sede da empresa, em São Paulo, e também na casa do CEO e do Presidente do Conselho de Administração. Nesse desdobramento a PF estava buscando pessoas ligadas ao Senador Eunício Oliveira, que na época era Presidente do Senado. Nelson Melo apontou que a empresa repassou R$5 milhões para a campanha de Eunício.

Com todos esses problemas acontecendo, as ações da Hypera tiveram uma desvalorização de quase 30% em pouco menos de 2 meses.

Ao longo dos últimos 4 anos, a empresa passou por bastante problemas, já que muitos gestores de fundos de investimentos não eram permitidos de comprar ações de empresas envolvidas em caso de corrupção. A situação só foi melhorar em 2022, quando finalmente a Hypera conseguiu fechar um acordo de leniência com o governo.

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