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A mais nova potência comercial - Diário de Omaha 87

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Saulo Pereira

Saulo Pereira

Redator

As principais notícias da semana

Bom dia, meus amigos.

Estagiário SBF voltando para trazer as principais notícias da semana passada. Os últimos dias foram de bastante calor por aqui, nos arredores do escritório da NAM. Simplesmente parece que ligaram um aquecedor em cima de toda a cidade de Niterói. Além disso, ainda fomos pegos de surpresa com o fato de que a revista Time não elegeu o nosso grande "Dudu de Niterói" como a pessoa do ano de 2023. Fazer o que, né?!

Vamos às notícias!

Podem brigar na rua, mas não entrem na minha casa - o governo brasileiro está reforçando a presença militar na fronteira com a Venezuela, após Nicolás Maduro ter divulgado que o referendo realizado no dia 03/12, que aprovou a anexação da região de Essequibo, que hoje é considerado território da Guiana. O principal problema desse conflito é que, para entrar naa Guiana, as tropas venezuelanas teriam que passar ou pelo mar ou pelo nosso território.

Para evitar que a segunda opção aconteça, o exército brasileiro ficará de olhos bem atentos à fronteira nas próximas semanas.

Se meu amigo não vai, eu também não vou - no último domingo aconteceu a posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei. Diversos chefes de Estado estavam presentes. Porém Lula decidiu não comparecer à posse e enviou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, como representante do Brasil.

Não é a primeira vez que isso acontece. Em 2019, o até então presidente Jair Bolsonaro também decidiu não ir à posse do presidente Alberto Fernandez e enviou o seu vice, Hamilton Mourão.

2 + 2 = 5, tá certo isso? - o resultado do PISA desse ano não foi nada animador para os jovens brasileiros.PISA é o programa que avalia os estudantes na faixa dos 15 anos de idade em todo o mundo, e é organizado pela Organização para Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE). 73% dos jovens brasileiros ficaram abaixo do nível, não sabendo resolver problemas simples de matemática ou interpretar textos. Para efeito de comparação, a média de jovens abaixo do nível entre os países da OCDE foi de 31%.

Para piorar ainda mais a situação, especialistas estimam que se a situação permanecer do jeito que está levará 75 anos para o Brasil chegar ao mesmo nível dos países da OCDE em matemática e 260 anos para chegar ao mesmo nível em leitura. Pelo visto vai levar um bom tempo para que a maioria dos jovens brasileiros saiba que 2 + 2 = 5 é apenas o nome da música do Radiohead.

A mais nova potência comercial

Por Saulo Pereira

Quando falamos das economias mais fortes da Europa pensamos logo no Reino Unido, França ou Alemanha. De fato, esses países possuem os maiores PIBs do velho continente, mas existe um país que está aos poucos ganhando certo destaque no cenário internacional, por conta da sua importância comercial: os Países Baixos (também conhecido o informalmente como Holanda).

Muitos já ouviram falar da Holanda por conta das suas belas tulipas, moinhos de ventos ou por ter eliminado o Brasil na Copa do Mundo de 2010. Acontece que desde o século XVII, as suas principais cidades, Amsterdã e Roterdã, têm mantido um papel fundamental para a economia europeia e mundial. O porto de Roterdã, por exemplo, é o principal porto europeu. Aproximadamente 50 milhões de pessoas são dependentes desse porto direta ou indiretamente. Isso representa quase 10% de toda a população da União Europeia.

Mas com a constante disputa comercial entre EUA e China, muitas empresas de países aliados a essas 2 nações têm se posicionado ao lado dos americanos ou dos chineses. Como é o caso da gigante ASML (ASML34), umas das principais fornecedoras de equipamentos para fabricação de microchips. Para entendermos como a Holanda está planejando controlar toda a rota comercial europeia com os outros continentes, precisamos voltar alguns séculos no tempo, mais precisamente ao ano de 1658.

Nesse ano, a Holanda se tornou independente da Espanha após a Guerra dos Oitenta Anos. Para crescer economicamente, o novo país tinha que concorrer com outras potências da época, como a própria Espanha, Reino Unido e Portugal. A empresa que teve papel muito importante nessa época foi a Companhia Holandesa das Índias Orientais. Nessa época era muito caro financiar grandes expedições e isso fez com que os países fundassem sociedades anônimas para buscar as riquezas exploradas pela Europa.

A Companhia Holandesa é considerada a primeira empresa da história a emitir ações. A empresa foi tão importante na época, que possuía sua própria marinha e determinava suas políticas coloniais nas colônias holandesas. Ela proporcionou um crescimento exponencial do comércio Holandês no século XVII e permitiu à Holanda controlar as principais rotas marítimas da época, inclusive a do nordeste do Brasil durante algumas décadas.

Além disso, os holandeses tiveram o controle do Estreito de Malacca por mais de 180 anos. Esta região, hoje, é fundamental para o comércio mundial. Por ser uma das principais potências marítimas, a Holanda teve que construir diversos portos de qualidade para as suas embarcações.Todo esse processo, com o passar dos séculos, fez do país uma espécie de intermediário na indústria marítima entre Europa e o mundo.

Mesmo com o fim do império Holandês e as duras condições sofridas nas duas Guerras Mundiais, a Holanda manteve o seu destaque no comércio marítimo europeu. Para se ter uma ideia, em 2021 o país foi o 4º maior exportador mundial. Além disso, vale destacar a importância do porto de Roterdã, que foi o maior do mundo por várias décadas entre os século XX e XXI.

Atualmente, o porto é considerado o mais importante fora da Ásia. Só em 2021 o porto movimentou cerca de 15 milhões de containers. A posição geográfica da Holanda também favorece muito sua situação. Por estar próxima do Canal do Norte e do Canal da Mancha (English Channel), o país se beneficia de quase toda embarcação comercial que passa por lá.

mapa mostrando os canais

Outra questão que vale a pena mencionar é o grande potencial do mercado de tecnologia da Holanda, com a nação estando entre as 10 maiores do mundo que mais investem em tecnologia. Todo esse investimento tornou possível a criação de grandes centros de pesquisa, como é o caso da região de BrainPort. Grandes empresas se encontram por lá, como a Phillips (AMS: PHIA) e a Oracle Corporation (ORCL34).

Além dessas gigantes multinacionais, pequenas startups também são atraídas para a região de BrainPort. Além de possuir mão de obra altamente qualificada, a Holanda também oferece um ambiente amigável para as empresas, o que a torna um dos melhores países para fazer negócios.

Uma área na qual a Holanda se destaca bastante é a de inovação, sendo o país mais inovador da Europa. Ela alcançou destaque, por exemplo como a maior produtora de litografia do mundo, material fundamental para a fabricação dos chips usados na indústria de tecnologia. Atualmente, a ASML é uma empresa disputada tanto pelos EUA quanto pela China. Só em 2022, eles registraram uma receita de mais de $20 bilhões de dólares, representando 2% do PIB holandês.

A empresa ganhou esse destaque por ser uma das poucas especializadas no tipo de serviço que realiza, possuindo clientes em todo o mundo, em especial na China. Só em 2022, o país asiátivo representou quase 20% das vendas da ASML, mas por conta de sanções impostas pelos EUA a empresa vem tentando se adaptar à perda momentânea do mercado chinês.

Por ser altamente dependente dessa tecnologia da ASML, a China se viu obrigada a investir na produção doméstica de semicondutores, com o objetivo de liderar o setor até 2030. A questão é que até lá os chineses estarão dependentes da tecnologia holandesa, e caso a Holanda e a ASML se mantenham dispostas a limitar a capacidade da China de produzir semicondutores, os chineses poderão ter um grande problema no longo prazo.

Assim como no século XVII e XVIII, a Holanda quer manter sua relevância econômica no século XXI, através da indústria de tecnologia. O controle da indústria de semicondutores é primordial para o funcionamento da economia mundial e, independentemente do vencedor da guerra comercial entre EUA e China, a Holanda muito provavelmente sairá beneficiada.

A história por trás da fraude da IRB

A IRB Brasil, uma resseguradora com mais de 80 anos de história, enfrentou um período desafiador desde a revelação de inconsistências em seu balanço em 2020. A empresa, que já foi um monopólio estatal no setor de resseguros, teve que reestruturar suas operações após esses problemas.

Nesse vídeo, nosso co-fundador, Leandro Siqueira, vai te contar em detalhes toda a história da empresa responsável por um dos maiores casos de fraude no Brasil.

Você pode conferir aqui!

imagem ilustrativa

⏳ Atemporalidades

Leia agora, leve pra vida.

A sabedoria convencional é muitas vezes seu inimigo mais perigoso” - Charlie Munger

O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano” - Isaac Newton

Seu tempo é limitado, não o perca vivendo a vida de outra pessoa” - Steve Jobs

Por hoje é só pessoal 🤙

Bebam café, se hidratem e aproveitem o seu tempo com sabedoria!

Boa semana e bons negócios!

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