Perfis

Décio da Silva: Presidente do Conselho da WEG

4min de leitura

Saulo Pereira

Saulo Pereira

Redator

Décio da Silva foi um dos primeiros alunos a se formar no centro de treinamentos inaugural da WEG.

Ele é, literalmente, o mais prata da casa possível: filho de Eggon da Silva, Décio praticamente cresceu dentro da empresa.

Ele começou debaixo, como Assistente de Controle de Qualidade e passou por vários cargos — Chefe da Seção de Controle de Qualidade, Gerente do Departamento de Fabricação, Gerente do Departamento Produção Eletromecânica, Diretor de Produção, Diretor Regional da WEG São Paulo e Diretor de Vendas — até virar presidente da empresa em 1989, quando assumiu o cargo que era do seu pai.

Como era a primeira transição no maior cargo da empresa, a WEG contratou uma consultoria externa para entrevistar os diretores e fundadores e, assim, descobrir quem seria o melhor candidato pra vaga.

Curiosamente, quem votou contra Décio foi justamente seu pai, que receava que ele ocupasse a Presidência apenas por ser seu filho e não por mérito próprio 🤯.

Porém, com a aprovação dos outros dois fundadores e demais diretores, ele foi o nome escolhido no final. Décio teve que mostrar serviço, mas tomou um baque logo no começo: até hoje, nos 60 anos da empresa, a única vez que a WEG deu prejuízo foi no ano em que ele assumiu a presidência.

Pra piorar, ele havia acabado de implantar um programa de participação nos lucros para os funcionários, sendo uma das pioneiras no Brasil — antes mesmo do próprio Governo Federal criar a lei que permite a dedutibilidade do PLR pelas empresas. Daí, na hora do “vamo vê”, cadê o lucro pra galera?

A boa notícia é que a empresa voltou rapidamente aos trilhos e o saldo da gestão de Décio foi indiscutivelmente positivo: a WEG cresceu, em média, 19% ao ano durante seus 18 anos de mandato.

O lucro líquido, que realmente importa, subiu ainda mais: 23% a.a. no mesmo período.

O principal legado de Décio na WEG, como você viu, foi levar ela para o mundo. O sonho dos fundadores de ser a maior companhia de Jaraguá já tinha sido realizado.

O de ser uma das maiores empresas do Estado de Santa Catarina e do Brasil também. Tudo o que faltava era partir pra dominação global. E foi o que ele fez: abriu escritórios comerciais nos EUA, na Europa e na Ásia.

A WEG exportava para esses locais e de lá distribuía seus produtos pra todos os países. Já no final da sua gestão, ele ainda começou a fabricar produtos diretamente no exterior — trabalho que continua, agora, sob o comando de Harry Schmelzer.

Falando nisso, assim que deixou o dia a dia da WEG, em 2008, Décio assumiu como Presidente do Conselho de Administração da empresa, sucedendo seu pai, assim como havia feito anos antes, em 1989.

Fora da empresa que ajudou a construir, Décio passou pelos Conselhos de Administração da BRF (BRFS3), da Iochpe-Maxion, do Grupo Algar — mais conhecido pela Algar Telecom, mas que também tem empresas de agro e entretenimento — e da TECSIS, fabricante de pás para aerogeradores e prestadora de serviços do setor de energia eólica.

Atualmente, ele também é Presidente do Conselho de Administração da nossa WPA e da Oxford, além de ser Membro Independente do Conselho de Administração da Tigre, multinacional brasileira líder no mercado de tubos e conexões.

Ele se formou em Engenharia Mecânica pela UFSC e fez Administração pela Univille. Décio também participou do Programa de Gestão Avançada da Fundação Dom Cabral com a INSEAD.

Artigos que podem te interessar

VAROS 2024

Todos os direitos reservados