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GP Investimentos conheça essa importante gestora de investimentos

6min de leitura

Gabriel Lacombe

Gabriel Lacombe

Analista de Varejo

Conheça a GP Investimentos

A GP Investimentos é uma gestora de fundos focada em private equity que foi fundada em 1993, por ninguém mais, ninguém menos, que Jorge Paulo Lemann — também conhecido como dono da Ambev —, que ainda contou com os sócios de sempre, Beto Sicupira e Marcel Telles. Desde então, ela já captou mais de R$5 bilhões com investidores, que foram aplicados em mais de 50 empresas.

A gestora tem em suas raízes a cultura herdada do Banco Garantia, que prezava pela meritocracia, pela crença em que pessoas são fundamentais para o sucesso de qualquer negócio e pelo controle rigoroso das despesas. Para demonstrar a importância das pessoas, o banco adotava um sistema de recompensas com bônus e participação nas ações. E eles não ficavam de miserinha com as ações não. Pra você ter ideia, quando o trio resolveu vender o Banco Garantia, eles tinham só 30% do capital do banco (o resto, estava com ex-funcionários que acabaram virando sócios).

Seguindo esse esquema, 3 sócios mais jovens foram conquistando uma participação relevante na GP: Antonio Bonchristiano, Fersen Lambranho e Marcelo Peano.

Em 2006, a gestora fez algo que não é muito comum para uma empresa desse tipo. O trio fundador estava saindo para tocar a Ambev, que estava tomando proporções inesperadas. Nisso, os fundadores queriam que a geração sucessora comprasse sua participação. Antonio Bonchristiano, Fersen Lamas Lambranho e Marcelo Peano, que receberiam o bastão dos fundadores, não tinham capital suficiente para comprar a participação de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. Assim, decidiram fazer o IPO da GP Investimentos, que hoje é negociada na Bolsa de Valores de Luxemburgo e na B3 pelo Ticker GPIV33.

Não é comum ver uma gestora abrindo capital justamente pela obrigação de prestar informações ao mercado. Cada passo que ela toma é observado e, quando uma transação é fechada, com certeza os fundos privados concorrentes ficam ficarão de olho. De qualquer forma, isso é um problema para a gestora, e não para o Grupo SBF.

Na hora de escolher uma empresa para investir, a estratégia da gestora é olhar a governança. O grande desafio no ramo de private equity é lidar com o dono do negócio, o empreendedor. São duas perspectivas diferentes. A gestora entra com um horizonte para sair. Afinal, o objetivo do Private Equity é comprar pedaços de empresas com potencial para decolarem ou que estão com dificuldade para sair da lama. Quando o objetivo é atingido, eles revendem esse pedaço e saem com o lucro no bolso. O empreendedor, por sua vez, se preocupa com o longo prazo, já que normalmente o negócio é a vida dele. Como cada um tem uma visão e expectativas diferentes para o negócio, é preciso definir os direitos de cada um e a capacidade de impor determinadas decisões.

Além disso, também é importante gerenciar o dia a dia. O empreendedor não pode ver o fundo como um chato e nem como alguém que só está trazendo dinheiro. Ele precisa entender que apesar da restrição de liberdade, ele vai aprender novos conceitos, trocar experiências, discutir projetos e estratégias. A gestora afirma que diz o seguinte aos donos dos negócios investidos: “A coisa menos importante que vou trazer é o capital. O que vai fazer a diferença, de fato, é todo o conhecimento acumulado em 20 anos de GP”.

Diversas foram as empreitadas da gestora. Dentro delas, um dos destaques foi a Submarino, empresa que hoje faz parte do portfólio da B2W. Diferente do que se espera de um fundo de private equity, a GP não comprou uma parte da Submarino, mas sim começou com elae do 0zero. O investimento inicial de R$20 milhões na empresa na Submarino, empresa de comércio eletrônico que surgiu no boom da internet, deu um retorno de 900% em 6 anos, totalizando R$200 milhões. Para você ter ideia do que isso representa, incluindo a Submarino, a GP em 2015 já tinha realizado 15 negócios relacionados à internet. No total, investiram R$100 milhões e retiraram R$300 milhões.

É claro que na bagagem da GP não carrega apenas histórias de sucesso. Algumas empreitadas deram errado, como os investimentos na LBR, Imbra e San Antonio.

Hoje, o portfólio da gestora conta com o Grupo SBF, Leon, Food First Global Restaurants, EBAM, Rimini Street, Allis, San Antonio, BR Properties e LBR. Empresas renomadas também já compuseram o portfólio da GP, entre elas, Shoptime, Fogo de Chão, Estácio, Br Towers, Br Malls e Gafisa. Além do private equity, hoje a gestora também atua no mercado de Real Estate e no de Capital Proprietário.

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